Nova tendência: mercado de carros problemáticos cresce com consumidores buscando ‘só para rodar’
No mundo automotivo, a busca por veículos seminovos ou usados geralmente envolve um equilíbrio entre preço e qualidade. No entanto, uma nova tendência vem ganhando força no Brasil: a compra de carros cheios de problemas, muitas vezes em condições precárias, mas que ainda conseguem rodar. O fenômeno, apelidado de “só para rodar”, está movimentando o mercado de veículos usados e se tornando uma alternativa viável para motoristas que querem um carro barato sem se preocupar com sua estética ou histórico de manutenção.
Por que essa moda está crescendo?
O aumento dos preços dos veículos novos e até mesmo dos usados mais conservados tem levado muitos consumidores a reconsiderar suas prioridades. Para quem precisa de um carro apenas para deslocamentos curtos ou para evitar depender de transporte público, um veículo cheio de defeitos estéticos ou mecânicos pode ser a única opção financeiramente viável.
Além disso, aplicativos de transporte e delivery também impulsionam essa tendência. Muitos motoristas precisam de um veículo para trabalhar, mas não têm dinheiro para um carro em boas condições. Em vez de financiar um modelo mais caro, optam por veículos mais antigos e desgastados, mas que ainda funcionam.
O que caracteriza um carro “só para rodar”?
- Alta quilometragem: veículos com mais de 200 mil km rodados estão cada vez mais comuns nesse segmento.
- Problemas mecânicos “aceitáveis”: falhas no ar-condicionado, ruídos na suspensão e vazamentos de óleo são ignorados se o carro ainda se move sem falhar.
- Lataria desgastada: arranhões, amassados e até ferrugem são considerados detalhes irrelevantes para quem quer apenas um meio de transporte funcional.
- Interior deteriorado: bancos rasgados, painéis quebrados e cheiro de mofo são comuns nesses carros, mas não afastam os compradores.
Riscos e cuidados ao entrar nessa tendência
Embora essa prática possa ser uma solução para quem precisa de um carro barato, há alguns riscos que precisam ser levados em consideração:
- Manutenção pode ser mais cara do que o esperado: um carro cheio de problemas pode ter reparos constantes, tornando a economia inicial uma falsa vantagem.
- Risco de segurança: problemas nos freios, na suspensão ou na parte elétrica podem colocar a vida do motorista e dos passageiros em perigo.
- Baixa revenda: veículos nesse estado tendem a desvalorizar ainda mais, sendo difíceis de revender posteriormente.
Para minimizar esses riscos, especialistas recomendam que os compradores façam uma avaliação mecânica antes de fechar negócio e evitem veículos com problemas estruturais graves, como chassis danificado ou histórico de acidentes sérios.
Conclusão
A moda dos carros “só para rodar” reflete a realidade econômica atual do Brasil, onde a necessidade de um veículo muitas vezes supera a preocupação com seu estado de conservação. Apesar dos riscos, essa tendência deve continuar crescendo enquanto os preços dos carros novos e seminovos permanecerem elevados. Quem optar por seguir esse caminho deve estar preparado para lidar com os desafios e surpresas que um carro problemático pode trazer.