noticias

O Natal ‘sombrio’ em Gaza enquanto Israel continua bombardeando a região

O conflito eclodiu há 80 dias, em 7 de outubro, depois que o Hamas lançou um ataque surpresa em Israel que deixou cerca de 1.140 mortos.

Em Belém, na Cisjordânia ocupada, onde segundo a tradição cristã Jesus nasceu, a prefeitura suspendeu a maior parte das festividades e as ruas, que costumam ficar lotadas nesta época, ficaram quase desertas.

O movimento islâmico palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, afirmou na manhã de segunda-feira que um bombardeio israelense deixou pelo menos 18 mortos em Khan Yunis, no sul deste território sitiado.

Fadi Sayegh é um cristão palestino que passou a véspera de Natal no hospital Khan Younis para fazer diálise e disse que não vai comemorar o Natal este ano.

“Não há alegria. Não há árvore de Natal nem enfeites, não há jantar em família e nem celebração”, lamentou. “Rezo para que esta guerra termine logo.”

A freira Nabila Salah, da Igreja Católica de Gaza, também não teve ânimo para comemorar.

Neste mesmo mês, uma mãe e a sua filha, refugiadas numa igreja católica na cidade de Gaza, foram mortas a tiro por um soldado israelita, denunciou o Patriarcado Latino de Jerusalém.

“Como posso comemorar enquanto minha cidade está destruída, minha família desalojada e meus irmãos e irmãs de luto?” declarou a freira.

O conflito eclodiu há 80 dias, em 7 de outubro, depois que o Hamas lançou um ataque surpresa em Israel que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.

Os comandos do movimento islâmico também sequestraram cerca de 240 pessoas e 129 permanecem cativas em Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma ofensiva terrestre e aérea que deixou 20.424 mortos em Gaza, segundo o movimento islâmico que governa sozinho este território palestiniano desde 2007.

O Papa Francisco iniciou as celebrações da véspera de Natal no domingo criticando o “rugido das armas”. “Nosso coração esta noite está em Belém, onde o Príncipe da Paz continua rejeitado pela lógica perdedora da guerra, com o rugido das armas que também hoje o impedem de encontrar uma pousada no mundo”, disse o pontífice argentino durante a missa em Basílica de São Pedro, Vaticano.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *