Trump se encontra com líderes do setor varejista dos EUA para debater questões tarifárias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrou nesta segunda-feira (21) com representantes de grandes redes varejistas, como Walmart, Home Depot, Lowe’s e Target. O encontro teve como foco as tarifas comerciais amplas, que podem aumentar os preços de produtos de uso diário, pressionando ainda mais os consumidores americanos em meio a uma inflação prolongada.
Varejistas preocupados com impacto das tarifas
As grandes varejistas, especialmente Walmart e Target, dependem fortemente de produtos importados — muitos deles oriundos da China. As novas taxas, que chegam a 145% para mercadorias chinesas, são vistas como um fator de preocupação para as empresas, que já enfrentam margens apertadas e consumidores sensíveis a preços.
A reunião com Trump foi considerada produtiva pelos participantes. Um porta-voz do Walmart afirmou que a empresa valorizou a oportunidade de compartilhar suas opiniões com o presidente e sua equipe, sem entrar em detalhes sobre o conteúdo da conversa. O CEO da varejista, Doug McMillon, participou do encontro, o primeiro com Trump desde o anúncio das tarifas conhecidas como “Dia da Libertação”.
Reações de outras empresas e mercado financeiro
A Home Depot descreveu a conversa como “informativa e construtiva”, enquanto um representante da Target destacou que o CEO da empresa, Brian Cornell, também esteve presente e discutiu o cenário futuro do comércio com o presidente. A Lowe’s, por sua vez, não respondeu aos pedidos de comentário.
Segundo dados das próprias empresas, mais da metade dos produtos importados por Walmart e Target vêm da China. A Home Depot e a Lowe’s também têm parte significativa de suas importações provenientes do país asiático.
Tarifas e instabilidade econômica
As recentes ações de Trump no campo tarifário geraram incerteza nos mercados e afetaram vários setores. Em 2 de abril, o presidente anunciou tarifas abrangentes contra dezenas de países, com exceção da China, cujas tarifas permanecem vigentes. Apesar de ter suspendido algumas taxas por 90 dias, as cobranças sobre produtos chineses continuam em vigor e com valores elevados.
Além disso, Trump reagiu com críticas aos comentários recentes do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que alertou para riscos de crescimento econômico mais lento e aumento da inflação. O mercado refletiu a tensão: os principais índices acionários caíram nesta segunda-feira, e tanto os títulos do Tesouro de 10 anos quanto o dólar ficaram sob pressão.
Impacto nas ações das varejistas
Os analistas do setor demonstram preocupação com os efeitos das tarifas sobre os resultados financeiros das varejistas. As ações do Walmart subiram menos de 2% em 2025, enquanto outras empresas do setor registraram perdas expressivas. A Target, por exemplo, acumula queda de 32% no ano, sendo a mais afetada entre as citadas.
Conclusão
A reunião entre Donald Trump e os principais nomes do varejo americano ocorreu em meio a um cenário de tensão econômica e volatilidade no mercado. A preocupação com os efeitos das tarifas sobre importações, especialmente da China, reflete a dificuldade das empresas em manter competitividade e margens de lucro diante de uma política comercial imprevisível. As próximas decisões do governo americano sobre o comércio exterior devem seguir sendo acompanhadas com atenção por empresas e investidores.
