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Diretor de ‘Juntos’ se inspira em relações reais para criar seu ‘terror romântico’

O diretor Michael Shanks revelou que a inspiração para o filme Juntos, definido como um “terror romântico”, veio de uma fonte pessoal e íntima: sua própria vida amorosa. Em uma entrevista recente, ele contou que, após 16 anos de relacionamento com sua parceira, começou a refletir sobre como os casais a longo prazo tendem a se tornar quase uma entidade única. “Você começa a compartilhar amigos, hábitos, músicas, refeições e até o ar que respira”, disse o cineasta, explicando que a ideia central do filme surgiu da pergunta: “Será que sou uma pessoa incompleta se eu não sei dizer onde começa um e termina o outro?”

Essa inquietação existencial foi o ponto de partida para o enredo do filme, que acompanha um casal tentando se reconectar durante uma viagem isolada na natureza. No entanto, o retiro logo se transforma em um pesadelo quando uma força sobrenatural começa a desestabilizar o vínculo entre eles, revelando tensões, mágoas antigas e o medo de perder a própria identidade dentro da relação.

Michael Shanks definiu o projeto como uma obra que mistura horror e romance de forma orgânica. O filme não busca apenas assustar, mas provocar uma reflexão profunda sobre o desgaste emocional, a codependência e os limites da intimidade. Ao focar em um casal que já viveu de tudo juntos, ele cria uma atmosfera onde o terror nasce da vulnerabilidade emocional, e não apenas de entidades sombrias ou sustos repentinos.

O elenco principal conta com Alison Brie e Dave Franco, que entregam atuações intensas e emocionalmente carregadas. O longa equilibra momentos de tensão com nuances de humor e fragilidade, tornando-se acessível tanto para fãs do gênero quanto para aqueles que normalmente evitam histórias de terror.

Juntos foi bem recebido por críticos que destacaram a originalidade da proposta, chamando a atenção para como o filme transforma os medos do cotidiano — especialmente os relacionados ao amor e à convivência — em uma experiência sensorial e psicológica envolvente. Ao final, o que mais assusta talvez não seja o sobrenatural, mas o quanto duas pessoas podem se perder uma na outra sem perceber.

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