Brasil será representado por Alckmin em cerimônia de início do pontificado de Leão XIV no Vaticano
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, embarca nesta sexta-feira, 16 de maio, rumo ao Vaticano, onde representará oficialmente o Brasil na cerimônia religiosa que marca o início do pontificado do novo papa, Leão XIV. A viagem internacional reforça a tradição diplomática de presença brasileira em eventos de relevância mundial no cenário religioso, especialmente em ocasiões que envolvem a liderança da Igreja Católica, com a qual o país mantém laços históricos e culturais profundos.
A participação de Alckmin na solenidade ocorre em um momento de transição na cúpula da Igreja, após a renúncia do Papa Francisco, figura central do catolicismo na última década. A escolha de Leão XIV para assumir o comando do Vaticano foi recebida com atenção global, e a cerimônia de posse, marcada para este final de semana na Praça de São Pedro, em Roma, contará com a presença de autoridades de dezenas de países.
A decisão de enviar o vice-presidente partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, por compromissos previamente agendados no exterior, optou por delegar ao seu substituto constitucional a responsabilidade de representar o Estado brasileiro na ocasião. A escolha é também simbólica, dado o perfil de Alckmin, político com longa trajetória pública e de formação pessoal ligada aos valores católicos.
Com essa missão diplomática, o governo brasileiro demonstra respeito à relevância espiritual e institucional da Igreja Católica, sobretudo em um país que abriga a maior população católica do planeta. A cerimônia não se limita a um ato religioso: ela tem importante dimensão política e cultural, reafirmando vínculos entre o Brasil e a Santa Sé, relações que ultrapassam o campo da fé e alcançam áreas como direitos humanos, educação, meio ambiente e combate à pobreza.
A cerimônia de posse do papa Leão XIV será acompanhada por representantes eclesiásticos de diversas nações, chefes de Estado, diplomatas, líderes religiosos de outras denominações e milhares de fiéis. Como é tradicional, o evento contará com rituais solenes conduzidos pela Cúria Romana e será transmitido internacionalmente, com repercussão global.
A agenda de Alckmin durante sua passagem pelo Vaticano incluirá, além da participação na missa oficial, encontros com autoridades religiosas e diplomáticas. O vice-presidente poderá discutir temas de interesse mútuo entre Brasil e Vaticano, como políticas de combate à fome, preservação ambiental e promoção da paz, valores sempre destacados nos discursos papais e nas orientações pastorais da Igreja.
O novo pontífice, Leão XIV, assume o cargo em um período desafiador para a Igreja Católica, que enfrenta questões complexas relacionadas à modernização de sua doutrina, escândalos internos e a necessidade de diálogo com diferentes culturas e religiões. Sua eleição representa a continuidade de uma missão global que busca conciliar tradição e renovação, espiritualidade e ação social.
Para o Brasil, o envio de seu vice-presidente à cerimônia reafirma uma política externa baseada no diálogo inter-religioso, no respeito às instituições internacionais e na valorização da diplomacia em temas de dimensão ética e humanitária. A presença de Alckmin em Roma também reforça a imagem de um país comprometido com a cooperação internacional em áreas que transcendem a política convencional e tocam questões fundamentais da convivência humana.
A viagem deve durar poucos dias, com retorno previsto para o início da próxima semana. Ainda assim, o impacto simbólico da presença brasileira na cerimônia será duradouro, como parte de uma tradição que une fé, cultura, diplomacia e história.