Economia

Oposição protocola CPMI para investigar fraudes de R$ 6,3 bilhões no INSS, com apoio de parlamentares da base governista

A oposição ao governo Lula, com o apoio de parte da base governista, protocolou nesta segunda-feira (12) um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação visa apurar o desvio de R$ 6,3 bilhões em descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, que teriam ocorrido devido a falhas no sistema do órgão.

O requerimento para a instalação da CPMI foi assinado por 36 senadores e 223 deputados, e busca esclarecer como as fraudes ocorreram, identificar as falhas nos sistemas de controle e investigar os responsáveis pela ação criminosa. A proposta inclui a formação de uma comissão de 30 membros, sendo 15 senadores e 15 deputados, com prazo de 180 dias para as investigações.

A base governista, embora tenha apoiado a instalação da CPMI, enfrenta resistências internas. Líderes do governo, como o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da bancada governista na Câmara, criticaram a movimentação da oposição, afirmando que a CPMI visa apenas criar um “factóide” e transformar a questão em um palanque político. Guimarães reforçou que o governo continuará focado no avanço das investigações realizadas pela Polícia Federal, sem se envolver em manobras políticas.

O requerimento protocolado pela oposição também solicita que sejam apurados os eventuais envolvimentos de membros do governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro, no esquema de fraudes. Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais e presidente do PT, tem defendido que a melhor forma de resolver o caso é por meio de uma investigação técnica e aprofundada, sem utilização política do tema.

A decisão sobre a instalação da CPMI depende do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, que deve proceder à leitura do requerimento em plenário. No entanto, Alcolumbre está em viagem oficial, o que pode adiar a formalização da comissão até o seu retorno.

O governo federal, por sua vez, tem enfatizado a gravidade das fraudes, que afetaram diretamente os aposentados e pensionistas, e garantiu que não haverá espaço para que o tema seja utilizado de forma eleitoreira. O presidente Lula já manifestou indignação com o ocorrido e afirmou que o foco do governo será em levar as investigações até o fim, sem pressa, e responsabilizar todos os envolvidos.

Este movimento da oposição, com apoio de partes da base governista, reflete as tensões políticas em curso no Congresso, além da pressão para que o governo tome medidas efetivas para corrigir as falhas no INSS e resgatar os recursos desviados.

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