Politica

Hugo sugere que temas da Câmara sejam debatidos previamente entre os líderes partidários

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou nesta terça-feira (15) que as decisões sobre os rumos da pauta da Casa devem ser tomadas de forma coletiva pelos líderes partidários. A fala foi publicada em sua conta na rede social X (antigo Twitter), em meio à crescente pressão para que a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro seja votada em plenário.

“Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho”, escreveu o parlamentar, sem mencionar diretamente a proposta de anistia. Motta também defendeu que haja responsabilidade com o cargo que se ocupa e atenção ao impacto de cada pauta sobre as instituições e a sociedade.

Pressão da oposição por urgência

Enquanto Motta cumpre agenda fora do país, a oposição tenta articular o avanço da proposta de anistia. Nesta mesma terça-feira, o líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), afirmou esperar que o pedido de urgência para a tramitação do projeto seja colocado em votação na próxima semana.

O requerimento de urgência foi protocolado pelo líder do Partido Liberal (PL), deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), na segunda-feira (14). O documento reúne 262 assinaturas válidas — cinco a mais que o mínimo necessário para sua apresentação. Caso seja incluído na pauta por Hugo Motta, o requerimento precisará do apoio de ao menos 257 deputados no plenário para ser aprovado.

Falta de consenso entre os partidos

Apesar da mobilização da oposição, a proposta de anistia ainda enfrenta resistência dentro da Câmara. Partidos da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apoiam o texto, que é liderado por parlamentares de oposição. A ausência de consenso entre os líderes partidários tem dificultado o avanço do projeto, que está parado desde outubro do ano passado.

Na ocasião, um despacho do então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), retirou a matéria da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e determinou sua análise por uma comissão especial — que ainda não foi criada.

Conclusão

Hugo Motta optou por reafirmar o papel do Colégio de Líderes na definição das pautas prioritárias da Câmara, em vez de se posicionar diretamente sobre o projeto de anistia. Com sua ausência temporária, a oposição tenta manter a pressão para que o tema avance, mas o impasse entre os partidos deve continuar sendo o principal obstáculo para a tramitação da proposta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *