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“Lula afirmou que o governo realizará cortes no orçamento ‘sempre que precisar’.”

Em Brasília, nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo realizará bloqueios de despesas no orçamento sempre que julgar necessário, enfatizando que a responsabilidade fiscal está profundamente enraizada em suas políticas.

“Sempre que precisar bloquear nós vamos bloquear”, disse Lula durante uma entrevista a jornalistas de agências internacionais no Palácio da Alvorada.

O presidente foi questionado se planeja realizar novos cortes no orçamento, além dos 15 bilhões de reais anunciados na última sexta-feira. Desde então, já há discussões sobre a possibilidade de aumentar esse montante.

Ele lembrou que este não foi o primeiro corte no orçamento feito pelo governo e salientou que, caso os gastos superem as receitas, o país “vai quebrar”. Ao mesmo tempo, ponderou que a gestão do orçamento dependerá do comportamento das receitas.

“O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora, você pode não precisar cortar daqui a dois meses, depende da arrecadação”, disse.

O presidente expressou frustração diante dos questionamentos sobre a responsabilidade fiscal do governo e as exigências por mais cortes, ao mesmo tempo em que há pedidos pela desoneração da folha de pagamentos.

“As pessoas que ficam felizes com bloqueio de dinheiro, de obras, as pessoas ficam felizes com desoneração. Que vai custar 27 bilhões (de reais). Seria melhor não ter desoneração, que não precisava bloquear nada”, reclamou.

Segundo o presidente, uma análise realizada pelo Tribunal de Contas da União revelou que “desoneração não vale nada, a não ser aumentar o lucro”

“Quando você desonera está apenas favorecendo o lado empresarial. Não garantiu mais emprego, não garantiu estabilidade”, afirmou.

O governo tentou revogar a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores, porém o Congresso aprovou sua continuidade. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal determinou que os parlamentares precisam agora encontrar uma compensação para essa renúncia fiscal. Governo e Senado estão em processo de negociação para alcançar um acordo sobre essa medida.

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