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Lula afirma que ameaças autoritárias continuam tentando persistir, no 61º aniversário do golpe

Nesta segunda-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre o golpe militar que completou 61 anos, após dois anos sem comentar publicamente a data. A manifestação do chefe do Executivo aconteceu cinco dias após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter se tornado réu em um processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado relacionada à eleição de 2022.

Por meio de uma publicação nas redes sociais, Lula destacou a relevância de lembrar da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo brasileiro. “Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher, nas urnas, seus líderes e traçar o seu futuro”, afirmou o presidente.

Lula ressaltou também que a democracia é a única via para que o Brasil se torne mais justo e menos desigual, reafirmando seu compromisso com a defesa dos valores democráticos. “Não existe, fora da democracia, caminhos para que o Brasil seja um país mais justo e menos desigual”, afirmou.

A redemocratização e o fortalecimento da Constituição de 1988

O presidente ainda fez referência aos 40 anos da redemocratização, celebrados no último dia 15 de março. Ele lembrou o marco histórico de 1985, quando, após uma série de protestos contra o regime militar, o Brasil iniciou sua transição para a democracia. José Sarney assumiu a presidência após a posse como vice-presidente civil, selando o fim de 21 anos de ditadura militar.

“Há 40 anos, vivemos em um regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição Federal de 1988. Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder”, completou o petista.

Ministros de Lula também relembram o golpe e se posicionam contra a anistia

Em sintonia com o presidente, ministros do governo Lula também usaram as redes sociais para relembrar o golpe de 1964 e reforçar a defesa da democracia. Além disso, vários ministros se posicionaram contra a anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a importância de relembrar a data, especialmente no contexto atual, com o julgamento dos responsáveis pela tentativa de golpe em 2022. “É importante recordar a data, principalmente nos dias de hoje, em que estão sendo levados a julgamento os comandantes de uma nova tentativa de golpe, incluindo um ex-presidente da República tornado réu”, escreveu Gleisi.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também se posicionou contra a anistia, afirmando que é preciso “relembrar para não repetir” e defendendo a punição dos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, igualmente fez questão de afirmar sua oposição à anistia. “Hoje, é um dia para lembrarmos de quão nocivas são as ditaduras. Por isso, neste 31 de março, a palavra de ordem é ANISTIA, NÃO!”, escreveu o ministro.

Reflexões sobre os tempos atuais e o retorno das ameaças autoritárias

Lula, em declarações anteriores, comparou a tentativa de golpe de 2022 à ditadura militar, ressaltando os ideais autoritários, os métodos violentos e os mesmos agentes que ainda alimentam ideologias antidemocráticas. “Nos deparamos com um cenário global em que o fascismo ressurge sob novas formas. No Brasil, a intolerância política chegou ao extremo na tentativa de golpe contra a democracia”, afirmou.

Essas palavras reforçam a necessidade de vigilância constante contra ameaças autoritárias, e a importância de manter a democracia viva para garantir um país mais justo e igualitário. O posicionamento de Lula e seus ministros sinaliza uma clara resistência a qualquer tentativa de retrocesso democrático e reafirma o compromisso com os princípios que sustentam a liberdade no Brasil.

Conclusão

O 61º aniversário do golpe militar de 1964 se tornou um momento de reflexão sobre os desafios atuais enfrentados pela democracia no Brasil. A postura firme de Lula e de seus ministros contra qualquer movimento autoritário e a defesa da anistia mostram que, apesar das ameaças, o governo está comprometido com a continuidade da redemocratização e com a preservação dos direitos fundamentais. A lição do passado é clara: a democracia deve ser defendida, pois, sem ela, o país não será capaz de alcançar a justiça social e a equidade que tanto almeja.

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