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PF indicia oito por fraude em licitação durante intervenção federal no Rio de Janeiro

A Polícia Federal (PF) concluiu uma investigação sobre irregularidades em contratos firmados durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, em 2018. O inquérito resultou no indiciamento de oito pessoas por suspeita de fraude em licitação milionária realizada no período em que a operação era chefiada pelo então interventor, o general Walter Braga Netto.

As investigações apontam que houve direcionamento na contratação de serviços e fornecimento de materiais para órgãos da segurança pública do estado. Segundo a PF, empresas participantes do processo licitatório teriam combinado previamente os resultados dos certames, impedindo a livre concorrência e elevando artificialmente os valores dos contratos.

A intervenção federal no Rio de Janeiro foi decretada pelo então presidente Michel Temer, em fevereiro de 2018, e durou até o fim daquele ano. Durante esse período, as Forças Armadas assumiram o comando da segurança pública estadual, com o objetivo de combater o crime organizado e melhorar as condições das polícias.

Entre os indiciados estão empresários do setor de segurança, ex-servidores públicos e militares que atuaram diretamente na gestão dos contratos investigados. Os crimes atribuídos ao grupo incluem fraude em licitação, associação criminosa e corrupção ativa e passiva.

A PF encaminhou o relatório final da investigação ao Ministério Público Federal (MPF), que agora deve analisar as provas e decidir se apresenta denúncia contra os envolvidos. Caso a Justiça aceite a denúncia, os acusados poderão responder a processo criminal.

O general Braga Netto, que chefiou a intervenção, não foi alvo do indiciamento. No entanto, o caso levanta questionamentos sobre a fiscalização e a transparência dos gastos durante o período de intervenção. Até o momento, os advogados dos investigados não se manifestaram sobre o caso.

A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) também acompanham o caso e podem determinar a aplicação de sanções administrativas às empresas envolvidas. A Polícia Federal segue investigando se há outros contratos sob suspeita.

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