O motorista que atropelou e matou Marina Harkot foi condenado a 13 anos de prisão por homicídio pela Justiça
José Maria da Costa Júnior foi julgado pelo homicídio de Marina Harkot e pode recorrer da sentença em liberdade
Na última sexta-feira (24), a Justiça de São Paulo proferiu a condenação de José Maria da Costa Júnior, motorista que atropelou e matou a ciclista Marina Harkot em 2020. O empresário foi sentenciado a 13 anos de prisão, sendo 12 anos em regime fechado e 6 meses em regime aberto, após ser considerado culpado por homicídio doloso qualificado, embriaguez ao volante e omissão de socorro.
O Julgamento e os Detalhes da Condenação
O julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, teve início na quinta-feira (23) e durou até a madrugada de sexta-feira (24). Durante a audiência, sete testemunhas foram ouvidas, além do réu, que foi interrogado pela juíza Isadora Botti Beraldo Moro, membros do Ministério Público e defensores.
A decisão do júri foi clara: a maioria dos jurados considerou que José Maria assumiu o risco de matar Marina ao dirigir em alta velocidade e sob efeito de álcool, caracterizando o dolo eventual. A juíza determinou a pena de 12 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio qualificado e acrescentou 6 meses em regime aberto pelas outras duas infrações cometidas.
José Maria ainda fugiu do local do acidente sem prestar socorro à vítima, o que agravou a situação e levou à condenação por omissão de socorro. Mesmo com a sentença, o réu poderá recorrer em liberdade, já que ainda não foi decretada sua prisão imediata.
Reações da Família e da Defesa
Após o veredicto, Maria Claudia Kohler, mãe de Marina Harkot, se mostrou aliviada, mas também cautelosa em relação ao futuro do caso. “Treze anos é um número baixo, mas consideramos essa uma vitória. A batalha ainda continua”, afirmou a mãe, destacando a dor e a luta pela justiça que permeiam o caso. A defesa da família de Marina já adiantou que recorrerá da pena, argumentando que a sentença foi excessivamente branda.
Por sua vez, a advogada Priscila Pamela Santos, que atuou como assistente da acusação, destacou que a pena imposta foi inferior ao esperado e anunciou que o Ministério Público buscará uma revisão da sentença. “O MP recorrerá, tanto em relação à pena quanto à decisão que permitiu que José Maria seguisse em liberdade”, afirmou a defensora.
O Pedido de Prisão Imediata
Apesar de o réu poder recorrer da sentença em liberdade, o promotor Rodolfo Morais informou que já iniciou um pedido de liminar no Tribunal de Justiça para que José Maria seja preso imediatamente. Segundo Morais, uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que réus condenados em júri popular sejam presos após o julgamento, o que pode levar à prisão de José Maria ainda durante o processo de apelação.
Conclusão
O caso de Marina Harkot não apenas trouxe à tona a tragédia de uma vida interrompida, mas também evidenciou as questões de segurança no trânsito e a necessidade de responsabilização por comportamentos irresponsáveis, como dirigir sob efeito de álcool e fugir sem prestar socorro. A condenação de José Maria da Costa Júnior é um passo importante na busca por justiça, mas a família da vítima, junto ao Ministério Público, ainda luta por uma pena mais severa e pela prisão imediata do réu. A sociedade, por sua vez, continua a cobrar mudanças para que casos como esse não se repitam e que as vítimas tenham seus direitos respeitados até o fim.