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Gaza chega ao Natal com 8 mil crianças assassinadas em 77 dias

A cidade palestina de Belém está de luto, com o Natal cancelado e sem turistas pela primeira vez na história. É impossível ignorar o massacre que ocorre há apenas 70 km dali

Hoje é o 23.º dia desde o reinício da agressão israelense e dos bombardeios contra Faixa de Gaza, que encontra-se sitiada há 78 dias. A “trégua humanitária” temporária durou apenas uma semana. A campanha militar de Israel em Gaza já vem sendo considerada uma das mais destrutivas da história moderna da humanidade, em tão pouco tempo.

O advogado internacional Tayab Ali diz que se o Tribunal Penal Internacional (TPI) não processar Israel por crimes de guerra em Gaza, isso significará o fim do direito internacional. A plataforma online da Forensic Architecture coletou evidências visuais dos ataques israelenses ao Al-Shifa, o maior hospital de Gaza, e dos diferentes estágios de agressão que passou por parte de Israel. O sistema de saúde está deliberadamente sendo visado.

Em feriados como o Natal ou a Páscoa, os cristãos em Gaza não podiam ir a Belém. Para isso, eles tinham que solicitar antecipadamente às autoridades de ocupação israelenses uma cobiçada autorização para deixar a Faixa, e rezar para que ela fosse aceita. Este ano, não haverá árvore de Natal nem festividades tradicionais no local de nascimento de Jesus Cristo. Em vez disso, rezarão pelo fim do genocídio em Gaza.

Num balanço não definitivo, em que os números são baseados nos corpos que chegam aos hospitais, a agressão contra o povo em Gaza e na Cisjordânia matou 20.561 pessoas e feriu 58.450, desde 7 de outubro. Desses mortos confirmados 8 mil eram crianças, enquanto outras 4.700 continua desaparecidas entre os escombros. Morreram ainda 6.200 mulheres e 695 idosos. Pelo menos 201 mortos por bombardeios israelenses nas últimas 24 horas.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) saudou a resolução aprovada, embora várias outras organizações consideraram a resolução insuficiente para a quantidade de ajuda humanitária necessária: “Isto demonstra um raro sinal de acordo entre os membros do Conselho de Segurança durante este conflito. No entanto, a necessidade mais premente para o povo de Gaza é um cessar-fogo imediato. As consequências devastadoras da guerra até agora não podem ser ignoradas, incluindo a perda de mais de 20.000 vidas, principalmente mulheres e crianças, e mais de 53.000 feridos, o que agrava ainda mais a terrível situação.”

O que estamos enfrentando é uma tentativa de destruição do nosso povo e o seu deslocamento para sempre das suas terras. Este é o objetivo de Israel, o seu verdadeiro objetivo: não há futuro para os palestinos na Palestina. Esta resolução constitui um passo na direção certa. Deve ser implementado e acompanhado de uma pressão massiva para um cessar-fogo imediato”, disse o representante da Palestina perante a ONU.

Depois de toda a barbárie testemunhada pelo mundo, o dia 23 foi marcado pela prisão pelas forças de ocupação de 2 jovens do campo de refugiados de Qalandia. Os israelenses atacaram, esta manhã, a cidade de Beita e a aldeia de Qaryut, a sul de Nablus, e a cidade de Tulkarem, além da cidade e do campo de Jenin. Um grande número de veículos militares, acompanhados por uma escavadora, invadiram a cidade e o campo, invadindo e destruindo casas e empresas privadas palestinas. Os colonos de “Rifafa”, estabelecidos em terras privadas Salfit, arrasaram grandes áreas, arrancando velhas oliveiras e roubando-as.

Os relatos são de “esquadrões da morte” com soldados israelenses entrando em casas e executando todos os homens lá dentro. Um massacre foi cometido pelas forças israelenses no bairro de Tuffah com mais de cem civis presos sob os escombros, durante horas.

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