Carros de luxo presos em SC
Segundo o Ministério Público, as ordens judiciais são cumpridas ao longo do dia em cidades como Blumenau, Joinville, Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú, Curitiba (PR) e Pontal do Paraná (PR).
Intitulada como Operação Repasse, por envolver um suposto esquema de estelionato sobre falsas transações de compra e venda de carros luxuosos, os nomes dos alvos da operação não foram revelados.
A origem de tudo, conforme narra o Ministério Público, foi um processo de investigação criminal da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ituporanga, que coordena a operação. A investigação foi instaurada há cinco meses, após vítimas da prática que amargaram prejuízos levarem a situação ao conhecimento da Justiça.
Os mandados possuem o objetivo de desmantelar o grande grupo, investigado por estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documento e lavagem de dinheiro. As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara da Comarca de Ituporanga.
Como funcionava o esquema na venda de carros?
De acordo com o Ministério Público, o grupo publicava falsos anúncios de veículos na internet, criando perfis fakes de empresas para captar clientes e replicar anúncios em grupos de aplicativos de mensagens instantâneas.
Atraídos pelas ofertas e convencidos pelo grupo, as vítimas eram induzidas a fazer um pagamento de entrada como “sinal” para comprar os carros oferecidos.
Após o primeiro pagamento, um falso documento era remetido ao comprador para convencê-lo a fazer a quitação da compra e assim, ter o carro entregue. Das vítimas, ainda era cobrada uma “taxa de entrega” antecipada, sem que os carros fossem entregues.
Os valores recebidos eram transferidos para contas dos golpistas, que sacavam e repartiam os valores, sempre em dinheiro vivo. Segundo o Ministério Público, ficou comprovado até mesmo o uso de laranjas para despistar a origem dos valores ilegalmente obtidos.
Na investigação, verificou-se que em 45 dias, houve a movimentação de aproximadamente R$ 6 milhões, por envolverem a comercialização de carros de alto valor agregado. Também estão sendo objetos das buscas 14 veículos, na maioria veículos importados e de luxo.
O nome da operação faz alusão a um jargão utilizado em revendas de carros, quando o veículo é ofertado por preço de “custo”, sendo geralmente enquadrado como “repasse”. Os valores abaixo do comum nas ofertas feitas pela suposta organização criminosa acabou também ensejando a nomenclatura.