Esporte

Summit da CBF lança novo fair play financeiro e discute governança no futebol

Nesta quarta‑feira (26), em São Paulo, o Summit CBF Academy reuniu dirigentes, técnicos, empresários e representantes de clubes para debater a gestão no futebol brasileiro e apresentar o novo modelo de fair play financeiro anunciado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da CBF, Samir Xaud, do ministro do Esporte, André Fufuca, e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. A proposta do evento foi discutir governança, profissionalização e sustentabilidade financeira à medida que os clubes enfrentam crescente pressão por competividade e equilíbrio de contas.

O grande destaque foi a formalização do novo sistema de fair play financeiro, que passará a vigorar a partir de 2026. O regulamento estabelece que clubes das Séries A e B terão de prestar contas sobre receitas e despesas, com critérios claros para controle de gastos — inclusive registro detalhado de contratos e transações, e a exigência de superávit operacional, salvo investimentos em categorias de base, infraestrutura, futebol feminino e projetos sociais. O modelo prevê janelas de monitoramento em 31 de março, 31 de julho e 30 de novembro de cada temporada.

Para garantir fiscalização e aplicação das novas regras, foi anunciada a criação da Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF), órgão independente que terá atribuições como monitorar, julgar e aplicar sanções às infrações — entre elas advertência, multa, restrições de transferências, dedução de pontos e até rebaixamento em caso de descumprimento.

No Summit, executivos do mercado financeiro expressaram otimismo, destacando que a nova regulação pode favorecer investimentos mais sólidos e sustentáveis no futebol brasileiro. Também foram debatidos temas como Sociedade Anônima de Futebol (SAF), gestão institucional, influência de competições sul‑americanas na projeção internacional dos clubes e a profissionalização dos departamentos de base.

Segundo líderes envolvidos no processo, o objetivo é evitar o “doping financeiro”, reduzir o endividamento excessivo dos clubes e tornar o futebol nacional mais equilibrado e competitivo a longo prazo. O modelo, inspirado em regulamentos europeus, foi adaptado à realidade brasileira a partir de um processo colaborativo envolvendo 32 clubes das Séries A e B, federações estaduais, consultorias especializadas e especialistas em gestão esportiva.

O anúncio marca um passo importante na tentativa de profissionalizar a gestão do futebol no Brasil, equilibrando aspirações esportivas com responsabilidade financeira — um desafio antigo que, conforme os defensores da proposta, pode redefinir os rumos do futebol nacional nas próximas temporadas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *