No novo álbum Hasos, Baco Exu do Blues mergulha no íntimo com ousadia e experimentação
No seu quarto álbum de estúdio, Baco Exu do Blues entrega uma das suas obras mais pessoais e ousadas até hoje. Intitulado Hasos, o álbum marca uma virada profunda na carreira do artista — um mergulho introspectivo que revela dor, perdão, vulnerabilidade e renovação.
Um ato de despojamento
Hasos não é apenas música: é quase uma confissão terapêutica. O título vem do latim “H-AS OS”, abreviação para “a humildade mata o orgulho”, ideia que guia todo o projeto.
Com 18 faixas entre canções, interlúdios e textos, Baco convida o ouvinte para um passeio por suas cicatrizes emocionais, seus fantasmas e suas contradições.
Gêneros inéditos e paisagens sonoras
Neste álbum, Baco não se limita ao rap tradicional. Ele mistura R&B, jazz, influências brasileiras e elementos poéticos, construindo “mundos próprios” para cada música.
Faixas como Gladiadores de Areia apresentam arranjos complexos — bateria, teclado e atabaque — traduzindo o desequilíbrio emocional de quem está se reinventando.
Em Romance Latino, há uma batida anos 70, sensual e melódica, que dialoga com a tradição e o moderno, trazendo referências eróticas e sentimentais ao mesmo tempo.
Terapia em forma de música
A terapia é tema central de Hasos. O álbum funciona como uma sessão de autoconhecimento: há momentos de confrontação, reflexões sobre o vazio existencial, ressignificação de perdas e luta pela humildade.
Em Raiva da Morte, Baco se depara com a perda do pai, enquanto Pequeno Príncipe e Que Eu Sofra trazem versos que oscilam entre resignação e esperança.
A participação de artistas como Vanessa da Mata, Teto, Zeca Veloso, Joyce Alane e Carol Biazin acrescenta camadas emocionais e sonoras ao disco.
A experiência do sentimento
Hasos é descrito como uma sessão de terapia musical. A voz de Baco dialoga diretamente com o ouvinte, convidando a sentir junto, nas feridas, nas derrotas e nas reconstruções do artista.
É um trabalho que incomoda — não por ostentação, mas pela honestidade crua da dor e do desejo de redenção.
Significado da junção
Com Hasos, Baco Exu do Blues reafirma sua capacidade de ultrapassar fronteiras musicais e emocionais. Cada faixa dialoga com sua própria alma, tornando o álbum mais que um registro sonoro: é confissão, convite e reconstrução.
Para fãs e novos ouvintes, é a chance de compreender o artista não apenas pelo que canta, mas pelo que vive por trás das letras.

