Politica

Derrite mira 2026 e prepara saída antecipada do governo paulista para voltar à Câmara

Guilherme Derrite, atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, já desenha uma mudança de rota que deve redefinir sua presença na política nacional. De olho nas eleições de 2026, ele articula nos bastidores uma saída antecipada do governo Tarcísio de Freitas para reassumir sua cadeira na Câmara dos Deputados — movimento que seu novo partido, o PP, vê como estratégico para lançá-lo ao Senado.


A razão da manobra

A ideia de Derrite não é romper com o governo paulista, mas mudar de arena. No Legislativo, ele teria mais liberdade para defender projetos na área criminal, fortalecer sua imagem nacional e circular entre lideranças políticas, algo que a rotina intensa da Secretaria de Segurança deixa pouco espaço para fazer.

A mudança de partido — deixando o PL e ingressando no PP — também reforça seu plano. A sigla tem interesse em projetá-lo nacionalmente e vê no Senado o destino mais promissor para 2026.


Por que voltar à Câmara fortalece seu projeto

Se abandonar a secretaria ainda este ano, Derrite ganharia:

  • Visibilidade política contínua, com presença em votações de grande impacto e comissões estratégicas.
  • Palco para defender pautas de segurança pública, tema que o consolidou como figura relevante no estado.
  • Tempo de articulação eleitoral, algo impossível dentro da agenda administrativa da segurança paulista.
  • Fortalecimento dentro do PP, que aposta nele como um de seus nomes competitivos para o Senado.

Ao mesmo tempo, voltar ao Congresso permitiria um distanciamento gradual das cobranças sobre a segurança paulista, que sempre geram desgaste público — sobretudo em ano pré-eleitoral.


Riscos da saída antecipada

Apesar dos benefícios políticos, Derrite terá de lidar com alguns desafios:

  • Críticas de abandono de cargo, especialmente se houver aumento da violência ou crises durante a transição.
  • Possíveis tensões com Tarcísio, caso a demissão seja lida como movimento eleitoral excessivamente personalista.
  • Exposição maior, pois reassumir o mandato o deixaria sujeito a debates nacionais e a embates diretos com opositores.
  • Aposta alta, já que, se a candidatura ao Senado não decolar, ele pode acabar sem cargo relevante após 2026.

Impacto no governo Tarcísio

Para o governador, a saída de Derrite representa tanto um desafio quanto uma oportunidade. Por um lado, perde um aliado de confiança em uma das pastas mais sensíveis do estado. Por outro, abre espaço para reorganizar a secretaria com um nome mais alinhado à próxima fase da gestão.

Internamente, interlocutores afirmam que a relação pessoal entre Tarcísio e Derrite continua positiva, e que o governador vê a movimentação como parte natural da vida política — desde que feita de forma organizada e planejada.


Perspectivas para 2026

O cenário mais provável hoje é:

  1. Derrite deixa a secretaria ainda este ano.
  2. Retoma sua cadeira na Câmara.
  3. Se torna porta-voz de propostas duras na área penal.
  4. Consolida sua pré-candidatura ao Senado ao longo de 2025.

A estratégia é clara: sair do papel de gestor, voltar ao de articulador e construir musculatura política suficiente para enfrentar uma disputa majoritária.


Conclusão

Derrite se move com precisão calculada rumo a 2026. Sua possível saída antecipada do governo paulista não é um rompimento, mas uma transição programada para ganhar visibilidade, construir alianças e disputar espaço maior na política nacional.

O retorno ao Congresso pode ser a peça central dessa engrenagem — e, se o plano funcionar, colocará Derrite como um dos protagonistas da disputa eleitoral no próximo ciclo.

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