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Nasi, do Ira!, lança álbum com músicas “remixadas” por inteligência artificial

O cantor Nasi, vocalista da banda de rock Ira!, está prestes a lançar um projeto ousado e tecnológico: um álbum no qual parte das suas músicas será recriada com o uso de inteligência artificial (IA).

O álbum se chama nAsI – Artificial Intelligence e terá seis faixas reimaginadas a partir de material já gravado por ele. Entre as músicas escolhidas estão “Corpo Fechado”, “Feitiço na Rua 23”, “Ogum”, “Poeira nos Olhos” (também rebatizada como Polvo em los Ojos), “Perigoso” e “Alma Noturna”.

A visão de Nasi sobre a IA na música

Nasi afirma que a IA não está “escrevendo novas músicas”, mas sim oferecendo novas versões de canções que ele mesmo compôs no passado. Ele defende que seu uso da tecnologia é legítimo porque se baseia em material de sua própria autoria — ou seja, não há disputa sobre direitos autorais com outras pessoas.

Ele também reconhece que algumas das versões criadas pela IA ficaram “perfeitas demais”, o que pode tornar as faixas menos humanas. Por isso, Nasi vê valor numa abordagem híbrida: combinar IA com músicos humanos para equilibrar a precisão da tecnologia com a alma da música tradicional.

Transformações interessantes

  • A faixa “Ogum”, originalmente com uma pegada intensa, foi transformada pela IA em um ritmo boogaloo, com clima sensual e dançante.
  • “Poeira nos Olhos” ganhou uma versão com arranjos inspirados no estilo afro-cubano, com metais que remetem à música tradicional de Cuba.
  • Em “Feitiço na Rua 23”, a versão original era rock surf music, mas a IA construiu uma nova roupagem em trap, algo inesperado para muitos fãs.

Parcerias reais

Embora a maior parte do trabalho tenha sido feita com IA, o álbum conta com algumas participações humanas: a cantora Nanda Moura faz voz em “Alma Noturna”, Johnny Boy toca guitarra em “Perigoso” e ainda há instrumentistas tocando trompete e violoncelo em outras faixas.

Repercussão e polêmica

Ao anunciar o projeto, Nasi disse esperar críticas, mas afirma não se importar: “alguns vão jogar pedras”, afirmou. Ele também defende que a IA é apenas mais uma ferramenta criativa, comparando seu uso com as influências musicais que sempre teve, como quando se inspirava em Led Zeppelin ou Chicago para compor.

Por fim, ele acredita que essa abordagem pode marcar uma nova forma de fazer música — onde a tecnologia e os humanos dialogam para criar algo novo, honrando o passado sem sacrificar a inovação.

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