Paul McCartney usa silêncio em música para criticar uso de IA na indústria musical
Paul McCartney, aos 83 anos, se uniu a uma grande mobilização de artistas para protestar contra o uso de suas obras por empresas de inteligência artificial sem autorização nem remuneração justa. Como forma de denúncia, ele lançou uma faixa praticamente silenciosa — composta por ruído de estúdio e hiss de fita — em defesa dos criadores.
A faixa, intitulada “(bonus track)”, dura cerca de 2 minutos e 45 segundos. Ela faz parte de um álbum‑protesto chamado Is This What We Want?, que reúne mais de 1.000 artistas britânicos. A maioria das faixas do disco traz gravações de estúdios vazios, barulho ambiente ou silêncio, o que simboliza o risco de que a criatividade artística seja “silenciada” pela IA.
Por que McCartney faz isso
A iniciativa é liderada pelo compositor Ed Newton‑Rex, idealizador da campanha. Ele e outros artistas criticam uma proposta do governo do Reino Unido para permitir que empresas de tecnologia usem obras protegidas por direitos autorais para treinar modelos de IA, caso os criadores não optem por se “retirar” desse uso.
McCartney tem sido uma voz ativa nessa discussão: segundo ele, permitir que a IA acesse livremente o material musical pode “destruir o ecossistema criativo — especialmente para compositores jovens”.
Repercussão e próximos passos
- O álbum Is This What We Want? também envia uma mensagem clara por meio dos títulos das faixas: elas formam a frase “The British Government Must Not Legalise Music Theft To Benefit AI Companies” (“O governo britânico não deve legalizar o roubo de música para beneficiar empresas de IA”).
- Os lucros da obra serão destinados à instituição britânica Help Musicians, que apoia profissionais da música.
- O protesto reforça a pressão para que políticas de proteção aos direitos dos artistas sejam fortalecidas em um momento em que a IA avança rapidamente.

