Pacto Regional do Mercosul contra Redes Criminosas é Formalizado por Lewandowski
O ministro Ricardo Lewandowski anunciou a formalização de um novo pacto no âmbito do Mercosul com foco direto no enfrentamento ao crime organizado. A iniciativa, segundo ele, representa um avanço necessário diante da crescente articulação de facções criminosas que atuam de forma transnacional, explorando brechas legais e fronteiras pouco fiscalizadas.
O acordo foi estruturado durante encontros entre representantes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, países que compartilham desafios semelhantes no combate ao tráfico de drogas, contrabando, lavagem de dinheiro e outras modalidades de crime estruturado. De acordo com Lewandowski, a cooperação regional deixou de ser uma alternativa e tornou-se uma urgência.
Uma das principais medidas previstas no pacto é a integração das bases de dados criminais dos países membros. O objetivo é permitir que as autoridades policiais acessem informações atualizadas sobre suspeitos, investigações em andamento e organizações monitoradas, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a eficácia das ações conjuntas.
O documento também estabelece diretrizes para operações coordenadas de fiscalização em áreas fronteiriças estratégicas. Regiões historicamente vulneráveis ao tráfico e ao contrabando receberão reforço na presença policial e militar, com ações simultâneas entre os países participantes.
Lewandowski ressaltou que a “mobilidade das organizações criminosas” exige um esforço igualmente dinâmico por parte dos Estados. Para ele, somente uma estratégia alinhada entre os governos pode desmontar redes que operam acima da capacidade de um único país agir isoladamente.
Além disso, o pacto cria grupos integrados de investigação, compostos por agentes de diferentes nacionalidades. Essas equipes terão autorização para compartilhar provas, informações sigilosas e métodos de análise, acelerando procedimentos que antes dependiam de longos trâmites diplomáticos.
Outro ponto relevante é o investimento em tecnologia. O Mercosul pretende ampliar sistemas de vigilância, drones táticos, softwares de rastreamento e ferramentas de análise de dados. A meta é aumentar o monitoramento de rotas terrestres, aéreas e fluviais frequentemente utilizadas por organizações criminosas.
O acordo também prevê avanços na cooperação jurídica internacional, permitindo que pedidos de extradição, quebra de sigilos e compartilhamento de provas sejam processados com mais rapidez. Para Lewandowski, isso representa um passo fundamental para impedir que criminosos se beneficiem de fronteiras como mecanismo de fuga.
Especialistas em segurança pública avaliam que a iniciativa fortalece a posição do Mercosul em um momento de expansão das facções transnacionais. Análises apontam que o aumento no fluxo de armas e drogas no continente exige respostas coordenadas, planejadas e consistentes.
Governos locais também esperam que o pacto impulsione reformas internas, especialmente no endurecimento das leis contra crimes de caráter transnacional. A harmonização legislativa entre os países ainda é um desafio, mas o acordo abre espaço para discussões abrangentes sobre o tema.
Ao final da apresentação, Lewandowski afirmou que o enfrentamento ao crime organizado será tratado como prioridade absoluta nos próximos meses. Ele destacou que o pacto representa um compromisso coletivo e reafirmou que somente uma força regional articulada pode conter o avanço das organizações criminosas que atuam no continente.

