Romeu Tuma conduz encontro no Corinthians para debater proposta de reformulação do estatuto social do clube
O Corinthians vive um momento de debates internos intensos. O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, promoveu uma reunião estratégica no Parque São Jorge com dirigentes, conselheiros e representantes de diferentes correntes políticas do clube. O objetivo foi discutir, em detalhes, a proposta de reformulação do estatuto social, que poderá redefinir aspectos essenciais da estrutura de governança e administração corintiana.
A proposta em debate tem como base a modernização do modelo de gestão do Corinthians, alinhando o clube às práticas de transparência e responsabilidade que já vêm sendo adotadas por outras grandes instituições esportivas do país. A reformulação do estatuto, segundo fontes próximas ao Conselho, é vista como uma oportunidade de corrigir distorções históricas e de estabelecer novas diretrizes para garantir mais eficiência e credibilidade à administração.
Durante o encontro, foram apresentados os principais pontos de alteração do texto atual, que incluem mudanças na composição dos órgãos deliberativos, regras eleitorais mais claras e a criação de mecanismos de controle financeiro mais rigorosos. Romeu Tuma destacou a necessidade de fortalecer o papel fiscalizador do Conselho e de aprimorar a prestação de contas à comunidade de associados, reforçando o compromisso com a transparência institucional.
Um dos temas mais debatidos foi a duração e as condições dos mandatos da presidência e dos cargos do Conselho Deliberativo. Setores mais reformistas defendem mandatos fixos sem possibilidade de reeleição imediata, para garantir a alternância de poder e reduzir o peso de alianças políticas duradouras. Outros grupos, no entanto, argumentam que a reeleição controlada permite continuidade administrativa e estabilidade de projetos.
Além da governança interna, o novo estatuto deve abordar também questões financeiras. A proposta inclui dispositivos que limitam o endividamento do clube e estabelecem critérios mais rígidos para contratações, patrocínios e gestão de receitas. O objetivo é evitar desequilíbrios orçamentários e promover uma cultura de responsabilidade fiscal. Essa pauta é considerada central, especialmente diante das dificuldades financeiras que o Corinthians enfrentou nos últimos anos.
Outro aspecto em análise é a possibilidade de incluir, no texto do novo estatuto, regras para eventual transição do clube para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Embora não haja uma decisão concreta sobre essa transformação, dirigentes defendem que o estatuto deve prever salvaguardas jurídicas para proteger a associação e garantir que o controle permaneça majoritariamente nas mãos dos sócios corintianos.
Romeu Tuma Júnior ressaltou, ao longo da reunião, que a reformulação não deve ser tratada como um processo apressado, mas como um trabalho de médio prazo, que exige diálogo e consenso. Ele defende que as mudanças sejam amplamente debatidas entre conselheiros e associados antes de serem levadas à votação em assembleia geral, para que representem um verdadeiro pacto interno pela modernização administrativa do clube.
A proposta deverá passar por uma série de ajustes e audiências internas ao longo das próximas semanas, com participação de especialistas em direito desportivo e consultores financeiros. A expectativa é que um texto final consolidado possa ser apresentado até o início do próximo ano, permitindo que o Corinthians inicie um novo ciclo institucional com regras mais claras e eficientes.
Especialistas em gestão esportiva destacam que a iniciativa representa um avanço significativo na profissionalização do clube. A revisão do estatuto é vista como um passo essencial para atrair novos investidores, melhorar a governança e preparar o Corinthians para os desafios de uma era em que o futebol exige estruturas mais sólidas e transparentes.
Com a movimentação liderada por Romeu Tuma Júnior, o Corinthians sinaliza disposição em promover reformas estruturais que vão além do campo esportivo. A proposta de reformulação do estatuto é encarada como uma oportunidade de renovação política e administrativa, que pode fortalecer as bases do clube e consolidar um modelo de gestão mais moderno, democrático e sustentável para os próximos anos.

