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Antigo chefe do INSS na gestão Lula é detido pela PF em nova etapa de investigação sobre fraudes previdenciárias

A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira, uma operação que resultou na prisão do ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que ocupou o cargo durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação faz parte de uma ampla investigação que apura um esquema de corrupção e fraudes em benefícios previdenciários, considerado um dos maiores já identificados no órgão nos últimos anos.

De acordo com informações oficiais, a operação foi autorizada pela Justiça Federal após meses de apuração envolvendo servidores públicos, advogados e intermediários suspeitos de integrar uma rede de concessões irregulares de aposentadorias e auxílios. O grupo teria se aproveitado de brechas no sistema para aprovar benefícios sem o cumprimento dos requisitos legais, em troca de pagamentos ilícitos.

O ex-presidente do INSS, cujo nome não foi divulgado oficialmente pelas autoridades até o momento da operação, é acusado de participar da estrutura de facilitação de processos fraudulentos e de interferir em auditorias internas que tentavam coibir o esquema. A investigação também indica que parte das fraudes teria sido cometida por meio de inserção de dados falsos em sistemas informatizados da Previdência, gerando prejuízos milionários aos cofres públicos.

Segundo os investigadores, a operação desta fase cumpriu dezenas de mandados judiciais, incluindo prisões preventivas, buscas e apreensões em diferentes estados. A ação mobilizou centenas de agentes federais, que atuaram simultaneamente em Brasília, São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Ceará, locais apontados como polos de atuação do grupo criminoso.

As autoridades informaram que foram apreendidos documentos, computadores, aparelhos celulares e quantias expressivas em dinheiro vivo, além de comprovantes bancários que demonstram movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos dos envolvidos. Esses materiais servirão de base para aprofundar as investigações sobre lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

O Ministério da Previdência Social emitiu uma nota afirmando que acompanha as investigações e que a atual gestão colabora com total transparência com os órgãos de controle. A pasta ressaltou ainda que o INSS passa por um processo de revisão interna, com auditorias reforçadas e novos mecanismos de segurança para evitar fraudes semelhantes no futuro.

As suspeitas sobre o esquema começaram a ser levantadas há cerca de um ano, quando auditores internos identificaram um número atípico de benefícios concedidos em tempo recorde e sem documentação adequada. A partir dessa descoberta, a Polícia Federal iniciou uma investigação sigilosa que revelou a existência de um grupo organizado dentro e fora do órgão, com atuação coordenada para manipular processos e obter vantagens indevidas.

Os investigadores afirmam que o prejuízo total estimado ultrapassa centenas de milhões de reais, considerando os pagamentos já realizados e os benefícios ainda em vigência. O montante exato, contudo, ainda está sendo calculado pela equipe técnica.

Fontes próximas à apuração indicam que os responsáveis pelo esquema utilizavam intermediários para negociar valores diretamente com segurados que buscavam acelerar a concessão de seus benefícios. Em alguns casos, as fraudes eram praticadas sem o conhecimento dos beneficiários, mediante o uso indevido de dados pessoais de cidadãos.

A prisão do ex-presidente do INSS é considerada um marco importante na ofensiva da PF contra irregularidades em órgãos públicos federais, especialmente aqueles ligados à gestão de recursos sociais. As autoridades afirmam que novas fases da operação ainda podem ocorrer, com novas prisões e bloqueio de bens de outros envolvidos.

A investigação segue em sigilo judicial, e o material apreendido passará por perícia nos próximos dias. Segundo a PF, o objetivo é identificar toda a rede de colaboradores e rastrear os fluxos financeiros que sustentaram o esquema. Enquanto isso, o INSS anunciou que irá revisar milhares de benefícios suspeitos de terem sido concedidos de forma irregular durante o período sob investigação.

Com a prisão do ex-dirigente, a operação reforça o compromisso das autoridades em combater a corrupção e restaurar a credibilidade da Previdência Social, uma das instituições mais importantes para milhões de brasileiros. O caso, que tem grande repercussão nacional, deve permanecer em destaque nos próximos meses, à medida que novas informações forem reveladas sobre o funcionamento interno da rede de fraudes e suas conexões políticas.

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