Serviços avançam 4,1% em um ano e atingem novo recorde histórico no Brasil
O setor de serviços brasileiro registrou um crescimento de 4,1% em setembro de 2025 na comparação com o mesmo mês de 2024, atingindo o maior patamar da série histórica, iniciada em 2011. O resultado reflete a força contínua das atividades ligadas a tecnologia, transporte e serviços empresariais, que seguem impulsionando a economia e compensando parte da desaceleração observada na indústria.
Alta generalizada entre os segmentos
Segundo dados recentes do IBGE, quatro das cinco grandes atividades que compõem o setor apresentaram avanço. As maiores contribuições vieram de:
- Serviços de informação e comunicação, puxados por empresas de tecnologia, streaming, publicidade digital e consultoria de TI;
- Transportes, serviços auxiliares e correio, beneficiados pelo aumento do transporte de cargas e pela retomada gradual da demanda por viagens aéreas e rodoviárias;
- Serviços profissionais, administrativos e complementares, como engenharia, advocacia e gestão empresarial, que acompanharam a recuperação de investimentos corporativos.
A única queda veio de outros serviços, que incluem atividades mais voláteis, como manutenção, lazer e pequenas prestações de serviço doméstico.
Desempenho no ano e recorde histórico
No acumulado de 2025, o setor de serviços registra alta de 3,6%, consolidando-se como principal motor da economia brasileira. Já em relação a agosto, houve avanço de 0,6%, a terceira alta mensal consecutiva. O volume total de serviços prestados hoje está 15% acima do nível pré-pandemia, um marco que reforça a resiliência do setor.
Esse movimento positivo é sustentado tanto pela expansão da economia digital quanto pela retomada da confiança do consumidor, que estimula o consumo de serviços de turismo, alimentação fora de casa e entretenimento.
Contribuição regional e estrutura do crescimento
As regiões Sudeste e Sul lideram a expansão, especialmente São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, estados com forte presença de tecnologia, logística e comunicação. Já o Nordeste mostra recuperação consistente no turismo, com destaque para Bahia e Ceará, enquanto o Norte tem impulsos pontuais de serviços públicos e transportes.
O perfil do crescimento demonstra um aumento da complexidade e da sofisticação do setor, com mais empregos formais em áreas de alta qualificação e crescimento das exportações de serviços digitais.
Expectativas para o fim do ano
Economistas avaliam que o ritmo pode perder algum fôlego nos últimos meses de 2025, em razão da desaceleração global e da política monetária ainda restritiva, mas o resultado anual deve continuar positivo. A expectativa é de que o setor feche o ano com crescimento entre 3% e 3,5%, sustentando boa parte do PIB nacional.
Apesar dos desafios — como custos operacionais elevados e escassez de mão de obra qualificada em tecnologia —, o segmento de serviços segue sendo o grande pilar da retomada econômica, responsável por mais de 70% do PIB e do emprego no país.
Conclusão
O avanço de 4,1% em um ano consolida o setor de serviços como protagonista da economia brasileira em 2025. Com o mercado cada vez mais digitalizado e diversificado, o país reforça sua transição para uma estrutura produtiva menos dependente da indústria tradicional e mais centrada na inovação, logística e conhecimento.
Esse desempenho também sugere que, mesmo em cenário global incerto, o Brasil mantém capacidade de crescimento sustentado em áreas de alto valor agregado — uma tendência que deve se aprofundar nos próximos anos.

