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Estudo revela: 97% dos ouvintes não percebem se uma música foi feita por IA

Uma nova pesquisa global revelou que as músicas produzidas por inteligência artificial (IA) estão se tornando praticamente indistinguíveis das criadas por humanos. O estudo, conduzido pela empresa de pesquisa Ipsos em parceria com a plataforma de streaming Deezer, mostra que 97% dos ouvintes não conseguiram identificar quando uma faixa havia sido feita por IA.

A pesquisa envolveu 9 mil participantes de oito países — incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Japão. Em um teste às cegas, os voluntários ouviram três músicas: duas geradas por IA e uma composta por humanos. A maioria não conseguiu diferenciar as faixas, revelando o nível de sofisticação que as tecnologias de geração musical atingiram.

Os resultados também apontam que 71% dos participantes ficaram surpresos por não conseguirem distinguir as canções e que 73% defendem que músicas criadas por IA sejam identificadas claramente nas plataformas de streaming. Outros 45% afirmaram querer filtros para evitar ouvir esse tipo de conteúdo.

A pesquisa reforça um debate crescente no setor musical sobre direitos autorais, transparência e autenticidade artística. Se o público não reconhece mais o que é humano ou artificial, isso pode afetar a remuneração de artistas, a valorização de composições originais e até a percepção emocional da música.

Atualmente, mais de um terço das faixas enviadas diariamente para plataformas como o Deezer são criadas com algum nível de automação por IA. Embora a tecnologia permita a democratização da criação musical, especialistas alertam para o risco de “inundação sonora” e perda de identidade artística.

Em resposta, algumas plataformas já começaram a marcar músicas geradas por IA e a retirá-las de playlists editoriais. Paralelamente, novas ferramentas de detecção automatizada estão sendo desenvolvidas, mas ainda enfrentam dificuldades em diferenciar produções híbridas — aquelas feitas com colaboração entre humanos e máquinas.

O estudo mostra que a fronteira entre criação humana e artificial está cada vez mais tênue. Em um futuro próximo, o grande desafio pode não ser apenas ouvir uma boa música, mas entender quem — ou o que — realmente a compôs.

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