Economia

Esperança de acordo para evitar paralisação do governo americano impulsiona bolsas europeias e leva índices a alta superior a 1%

Os principais mercados da Europa encerraram o pregão desta segunda-feira (10) em forte alta, com os investidores reagindo de forma positiva à sinalização de que os Estados Unidos podem evitar um novo shutdown — paralisação das atividades do governo federal por falta de acordo orçamentário. O otimismo com a possível solução da crise fiscal americana elevou o apetite por risco e resultou em ganhos expressivos superiores a 1% nos principais índices do continente.

O movimento de alta começou logo nas primeiras horas do dia, quando informações vindas de Washington indicaram que republicanos e democratas estariam próximos de um consenso para aprovar uma extensão temporária do orçamento. A notícia trouxe alívio aos mercados, que temiam os impactos econômicos e políticos de um eventual fechamento de repartições públicas nos Estados Unidos, o que poderia afetar cadeias globais de investimento e confiança.

O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou cerca de 1,2%, registrando o maior ganho diário em mais de duas semanas. Os setores financeiro, industrial e de tecnologia lideraram o movimento, com destaque para bancos e companhias ligadas ao comércio internacional. Analistas apontaram que o otimismo global também foi alimentado por uma recuperação gradual nas bolsas asiáticas e pela perspectiva de estabilidade na política monetária americana.

Em Londres, o índice FTSE 100 subiu apoiado no bom desempenho de mineradoras e empresas de energia. O alívio nos temores sobre o shutdown favoreceu a valorização da libra e reduziu a pressão sobre o mercado de títulos britânicos, que vinha reagindo com cautela às incertezas fiscais internacionais. O avanço das ações de companhias como BP e Rio Tinto contribuiu de forma decisiva para o fechamento positivo.

Na Alemanha, o DAX também encerrou o dia em alta expressiva, superando 1,3% de valorização. Investidores reagiram bem à combinação de boas notícias externas e sinais de recuperação do setor industrial local. O setor automotivo, historicamente sensível às oscilações do comércio global, foi um dos que mais se beneficiou da melhora do humor nos mercados.

Já na França, o CAC 40 acompanhou o movimento positivo, impulsionado pelas ações de grandes conglomerados de luxo e tecnologia. Empresas como LVMH e Dassault Systèmes registraram fortes ganhos, refletindo a retomada da confiança dos investidores internacionais na economia europeia.

Além da questão americana, os mercados europeus também foram favorecidos por novos dados econômicos divulgados na zona do euro. Indicadores mostraram que a inflação continua em trajetória de desaceleração, o que reforça as apostas de que o Banco Central Europeu manterá a taxa de juros estável nas próximas reuniões. A percepção de que o ciclo de aperto monetário pode ter chegado ao fim contribuiu para o avanço das bolsas e para o fortalecimento do euro frente ao dólar.

O cenário nos Estados Unidos, por sua vez, foi acompanhado de perto pelos investidores europeus. A possibilidade de um acordo orçamentário coloca fim — ao menos temporariamente — ao risco de interrupção dos serviços públicos e salários federais. Esse desfecho é visto como essencial para evitar turbulências políticas e prejuízos à credibilidade econômica do país, especialmente em um momento de desaceleração moderada do crescimento americano.

Economistas afirmam que a redução da incerteza nos EUA tende a beneficiar diretamente os mercados globais, já que o país ainda é o principal centro financeiro e comercial do mundo. O temor de um shutdown prolongado havia provocado volatilidade nas semanas anteriores, levando investidores a buscar ativos mais seguros. Com o novo clima de otimismo, houve uma realocação significativa de capital em direção às ações europeias.

Mesmo com o dia amplamente positivo, especialistas alertam que os próximos dias ainda podem trazer volatilidade, uma vez que o acordo político em Washington precisa ser formalizado e aprovado pelo Congresso. No entanto, o consenso entre analistas é de que o simples fato de haver progresso nas negociações já foi suficiente para restabelecer parte da confiança dos mercados.

Com isso, as bolsas europeias iniciam a semana em terreno positivo e com perspectivas mais favoráveis. O alívio vindo de Washington, somado à melhora do cenário inflacionário no continente, formou a combinação perfeita para um dia de ganhos expressivos, marcando o otimismo dos investidores diante de um possível fim da crise orçamentária nos Estados Unidos.

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