Virada no Rio deixa o Vasco da Gama em crise — e o Esporte Clube Juventude relança a esperança
Na noite de 8 de novembro de 2025, o cenário no estádio São Januário transformou-se de festa para tensão para o Vasco da Gama. Após abrir o placar, o time carioca cedeu a virada ao Juventude por 3 a 1, em partida válida pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A 2025, e viu crescer a turbulência ao fechar mais uma atuação abaixo das expectativas.
O Vasco começou o duelo com melhores intenções. Aos 26 minutos do primeiro tempo, o jovem Rayan recebeu cruzamento de Lucas Piton e cabeceou com precisão para fazer 1 a 0 para os donos da casa. O gol parecia abrir caminho tranquilo para somar três pontos valiosos na briga por vaga em competições internacionais.
Contudo, o cenário mudou de forma rápida e dramática. Aos 38’, o Juventude igualou com um gol de Marcelo Hermes, que aproveitou falha na marcação para empatar o jogo. Ainda antes do intervalo, em um momento que ilustra bem o drama vascaíno, o experiente Nenê — ex-jogador do Vasco — balançou as redes ao driblar Hugo Moura e bater Léo Jardim: gol da virada, com ala “lei do ex”, silencioso da parte dele diante da antiga torcida.
Na etapa final, o Vasco tentou reagir mas sucumbiu ao desgaste e à falta de lucidez ofensiva. Quando o placar ainda parecia aberto, o lateral Paulo Henrique foi expulso aos 42 minutos após falta dura em Taliari. Com vantagem numérica, o Juventude aproveitou em contra-ataque via Giovanny e Ewerthon para fechar em 3 a 1, já praticamente no fim dos acréscimos.
Para o Vasco, a derrota marca a terceira consecutiva no Campeonato Brasileiro, alimentando questionamentos sobre o desempenho do elenco e do técnico Fernando Diniz. Em coletiva após o jogo, Diniz declarou que “o time entregou resultados” e expressou frustração com erros básicos cometidos pela defesa nos dois primeiros gols cedidos ao adversário. A torcida, por sua vez, registrou seu descontentamento com vaias, cânticos de “burro” e até “olé” de parte das arquibancadas, num dia que deveria ter sido de confiança.
Já o Juventude, embora ainda imerso na zona de rebaixamento, viveu uma noite de alento. Conquistou sua segunda vitória seguida, respira mais aliviado na disputa para se manter na Série A e diminui a distância para o primeiro time fora do Z4. A postura pragmática, com foco na transição rápida e na exploração dos erros adversários, mostrou que a equipe de Thiago Carpini pode, de fato, sonhar com a permanência.
O que fica para observar nas próximas rodadas:
- O Vasco, agora estagnado em 42 pontos e na 10ª posição, afasta-se da luta por lugar em competições continentais e precisa urgentemente de uma reação para evitar que o ambiente se torne inglório.
- O Juventude volta para o Alfredo Jaconi com a moral elevada: recebe o Cruzeiro com a confiança de que esse resultado serviu para dar rumo à reta final do torneio.
- A expulsão de Paulo Henrique e os lapsos defensivos do Vasco evidenciam uma fragilidade que, se não corrigida, pode custar caro nos jogos decisivos.
- A questão mental e emocional do Vasco — visível no comportamento da torcida após o apito final — pode pesar tanto quanto os fatores técnicos daqui para a frente.
Em resumo: foi uma virada que feriu o Vasco — mas que pode impulsionar o Juventude. A dúvida que segue: quem vai conseguir reagir a tempo para os objetivos traçados até o fim da temporada?

