Economia

Lucro da Vibra encolhe 90% e chega a R$ 407 milhões no terceiro trimestre, refletindo pressões no setor de energia

A Vibra Energia, uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país, reportou um lucro líquido de R$ 407 milhões no terceiro trimestre de 2025, resultado que representa queda de 90% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impactado por um conjunto de fatores, entre eles a redução das margens de comercialização, o aumento dos custos operacionais e as oscilações no mercado internacional de petróleo e derivados.

De acordo com o balanço divulgado pela empresa, o trimestre foi marcado por forte volatilidade nas cotações internacionais e por ajustes de preços internos, o que reduziu as margens de rentabilidade em alguns segmentos estratégicos. Ainda assim, a Vibra destacou que conseguiu preservar sua posição de liderança no mercado brasileiro de combustíveis, com volumes estáveis de vendas e foco em eficiência operacional.

O desempenho financeiro mais fraco, segundo a companhia, também refletiu efeitos contábeis não recorrentes e ajustes de estoque, que pressionaram os resultados líquidos. Em nota, a empresa ressaltou que, embora o lucro tenha recuado significativamente, o trimestre demonstrou resiliência operacional e avanços em áreas estratégicas, como energia renovável e distribuição de biocombustíveis.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou um montante inferior ao registrado em 2024, acompanhando a tendência de compressão de margens no setor. A Vibra explicou que, além das condições de mercado, o cenário regulatório e o comportamento do consumo interno influenciaram diretamente o resultado.

No comparativo com o mesmo período do ano anterior, a queda no lucro líquido reflete também a base de comparação elevada de 2024, quando a companhia havia obtido ganhos expressivos com a normalização dos estoques e a melhora nas exportações de derivados. Em 2025, o contexto de preços mais estáveis e margens mais apertadas alterou o panorama de resultados.

A empresa informou que segue priorizando a diversificação de suas fontes de receita, com destaque para investimentos em energia solar, mobilidade elétrica e biocombustíveis. A meta da Vibra é reduzir gradualmente sua dependência do mercado tradicional de combustíveis fósseis, acompanhando a tendência global de transição energética e sustentabilidade.

De acordo com o relatório financeiro, o trimestre também foi marcado por avanços em programas de eficiência logística e gestão de custos, que têm permitido à companhia enfrentar melhor os períodos de instabilidade no setor. A redução nas despesas operacionais fixas e a melhora na governança corporativa foram mencionadas como fatores importantes para preservar a solidez financeira.

Mesmo diante da expressiva redução do lucro, a Vibra reforçou que mantém níveis confortáveis de liquidez e alavancagem, com estrutura de capital equilibrada e capacidade de honrar compromissos de curto e médio prazos. A companhia informou que segue comprometida com a geração de valor aos acionistas e que continuará buscando oportunidades de crescimento em novos mercados de energia.

Especialistas do setor apontam que o cenário de 2025 tem sido desafiador para as distribuidoras, em razão da queda de consumo de combustíveis fósseis e da competição crescente com novos entrantes e fontes alternativas. Ainda assim, a Vibra é vista como uma das empresas mais bem posicionadas para adaptar-se ao processo de transformação energética no país.

O desempenho do trimestre, segundo analistas, reflete um momento de transição estratégica, no qual a companhia busca equilibrar rentabilidade imediata com investimentos de longo prazo em sustentabilidade. A expectativa é que os resultados melhorem gradualmente ao longo de 2026, à medida que o mercado se estabilize e novas fontes de receita se consolidem.

Encerrando o balanço, a Vibra Energia reafirmou sua visão de futuro voltada para inovação, eficiência e diversificação. Apesar da queda expressiva no lucro, a empresa destacou que o foco permanece em manter a liderança no setor de distribuição de combustíveis, ao mesmo tempo em que se posiciona como protagonista na transição energética que avança no Brasil e no mundo.

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