Ao retornar do exterior, Lula planeja sancionar isenção do Imposto de Renda, sinaliza Gleisi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar a isenção do Imposto de Renda (IR) para uma nova faixa de contribuintes assim que retornar de sua viagem internacional, conforme indicou a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann. A medida, que vem sendo aguardada por milhões de brasileiros, representa uma das promessas centrais do governo no campo econômico e social, voltada para a redução da carga tributária sobre as camadas de renda mais baixa.
A proposta de ampliação da faixa de isenção do IR foi debatida intensamente entre a equipe econômica e a base aliada no Congresso Nacional. O objetivo do governo é garantir que trabalhadores com rendimentos menores não sejam penalizados por um sistema tributário considerado defasado. A correção da tabela é uma demanda antiga, já que, nos últimos anos, a inflação e o aumento do custo de vida empurraram para a tributação pessoas que antes estavam isentas.
Segundo interlocutores próximos ao Palácio do Planalto, o texto da sanção presidencial já está praticamente finalizado, dependendo apenas da volta de Lula ao Brasil para sua assinatura oficial. A medida prevê que a faixa de isenção alcance quem recebe até dois salários mínimos mensais, o que ampliaria significativamente o número de beneficiados em relação à regra atual.
Gleisi Hoffmann afirmou que a decisão demonstra o compromisso do governo em corrigir distorções históricas e devolver o poder de compra à população trabalhadora. Ela ressaltou que o aumento da faixa de isenção é uma forma concreta de aliviar o peso dos impostos sobre quem ganha menos, ao mesmo tempo em que mantém o equilíbrio fiscal. O Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, foi responsável por avaliar o impacto orçamentário da medida e propor formas de compensação para evitar desequilíbrios nas contas públicas.
O anúncio ocorre em um momento de atenção ao cenário econômico, com discussões sobre o papel do Estado na redução das desigualdades sociais. A equipe econômica do governo tem buscado formas de combinar responsabilidade fiscal com políticas redistributivas. A nova faixa de isenção do IR é vista como uma medida simbólica e prática, capaz de beneficiar milhões de brasileiros sem gerar grandes impactos negativos no orçamento federal.
Desde o início do mandato, Lula tem reiterado o compromisso de reajustar anualmente a tabela do Imposto de Renda, de modo que os ganhos salariais não sejam corroídos pela inflação. Essa política, segundo o governo, é parte de uma estratégia mais ampla de justiça tributária, que inclui discutir uma reforma completa do sistema de impostos sobre renda e consumo, com o objetivo de torná-lo mais progressivo.
Especialistas avaliam que a ampliação da isenção representa um avanço importante na busca por maior equilíbrio social. Nos últimos anos, o congelamento da tabela do IR fez com que milhões de contribuintes passassem a pagar o imposto mesmo sem aumento real de renda. A nova política, portanto, corrige uma distorção que vinha afetando principalmente trabalhadores de baixa renda e servidores públicos em início de carreira.
Além disso, a medida tem impacto indireto sobre o consumo interno. Ao isentar parte da população de pagar o imposto, o governo estimula a circulação de renda e impulsiona setores como comércio e serviços. Essa injeção de recursos pode favorecer o crescimento econômico, especialmente em um cenário de recuperação lenta e de busca por estímulos sustentáveis.
A decisão também reforça a estratégia política do governo de consolidar apoio popular em torno de pautas sociais. Lula, que tem buscado equilibrar as demandas do mercado com a atenção às classes trabalhadoras, vê na correção do Imposto de Renda uma oportunidade de cumprir compromissos de campanha e fortalecer a imagem de um governo voltado à inclusão e à justiça econômica.
Com a sanção prevista para ocorrer logo após o retorno do presidente, o governo pretende anunciar oficialmente a medida em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença de representantes sindicais, líderes partidários e membros da equipe econômica. A expectativa é que a nova faixa de isenção entre em vigor já no próximo exercício fiscal, trazendo alívio direto para milhões de brasileiros que hoje sentem o peso do imposto sobre seus rendimentos mensais.
A decisão marca um momento importante na política econômica do governo Lula. Ao unir responsabilidade fiscal e sensibilidade social, a sanção da nova isenção do IR representa não apenas uma conquista financeira, mas também um gesto de reafirmação do compromisso com a justiça tributária e o fortalecimento do poder de compra do trabalhador brasileiro.

