Motta pede responsabilidade de partidos e governo ao tratar segurança pública
O debate sobre segurança voltou ao centro da política nacional nos últimos dias, e, diante da escalada de tensões e discursos inflamados, o presidente da Câmara, Arthur Lira Motta (como é tratado politicamente), fez um apelo público para que governo federal, governadores e partidos não utilizem o tema como instrumento de disputa eleitoral ou de fortalecimento de narrativas ideológicas.
Em sua fala, Motta destacou que a segurança pública se tornou um dos assuntos mais sensíveis do país, afetando diretamente a rotina das famílias brasileiras, a atividade econômica e a percepção de estabilidade institucional. Para ele, transformar esse tema em palanque eleitoral não apenas desvia o foco das soluções reais, como também alimenta polarizações que dificultam ações coordenadas entre os entes federativos.
“Segurança é política de Estado, não de ocasião”
Durante sua manifestação, Motta enfatizou que segurança não pode ser tratada como bandeira de um grupo específico. Ele afirmou que todos os governos, independentemente de partido, enfrentaram dificuldades para lidar com organização criminosa, avanço do tráfico e aumento da violência em algumas regiões urbanas e fronteiriças.
A solução, segundo ele, exige planejamento de longo prazo, troca de informações entre órgãos federais e estaduais, além de investimentos constantes em inteligência, investigação e formação profissional.
Para Motta, quando discursos políticos passam a ditar a pauta, esses elementos são deixados de lado.
Pressão por resultados rápidos aumenta atritos
Nas últimas semanas, operações policiais de grande impacto reacenderam embates públicos entre lideranças estaduais, membros do governo federal e oposição. Cada lado tenta defender sua postura diante da opinião pública, enquanto críticas sobre abuso de força, omissão ou excesso de burocracia ganham espaço no debate nacional.
Motta alertou que esse clima pode comprometer o andamento de projetos legislativos importantes, como reformulações na lei criminal, ajustes no financiamento da segurança pública e mecanismos de apoio à atuação das polícias estaduais. Segundo ele, sem ambiente de diálogo, qualquer avanço se torna lento e insuficiente para atender às necessidades urgentes da população.
Chamado ao diálogo institucional
O presidente da Câmara propôs que governadores, ministérios e parlamentares estabeleçam mesas permanentes de cooperação, com reuniões frequentes e compartilhamento transparente de dados e estratégias. Ele reforçou que a segurança não será resolvida apenas com operações ostensivas ou ampliação do policiamento, mas com integração entre inteligência, educação, políticas de prevenção e recuperação de territórios dominados por facções.
Clima político será decisivo nos próximos meses
Com o país se aproximando de mais um ciclo de disputas eleitorais, Motta teme que discursos simplistas ganhem espaço, prometendo soluções imediatas para problemas complexos. Ele sinaliza que o Parlamento estará aberto para avançar em projetos estruturantes, desde que o debate seja conduzido com responsabilidade e sem exploração eleitoral.
Para o presidente da Câmara, o momento exige menos disputa e mais compromisso. O país, segundo ele, está diante de um cenário em que a violência não escolhe lado, classe social ou região. Por isso, a resposta também não deve ser fragmentada ou politizada.

