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Marcas de acasalamento em fósseis abrem caminho para identificar macho e fêmea de dinossauros

Pesquisas recentes em paleontologia sugerem que vestígios de comportamento de acasalamento em fósseis de dinossauros podem ajudar cientistas a distinguir machos de fêmeas — um desafio persistente no estudo desses animais extintos.

O que foi descoberto

Entre as novas pistas está a identificação da abertura cloacal de um dinossauro do gênero Psittacosaurus, cuja estrutura preservada corresponde mais à de répteis modernos que utilizam acasalamento penetrativo do que à chamada “beijo cloacal” típico de aves.
Outro caminho complementar está no reconhecimento de estruturas de exibição — chifres, cristas, placas ósseas — que podem ter função sexual, ajudando a atrair parceiras ou disputar o domínio entre machos.

Por que isso importa

Até agora, os paleontólogos enfrentavam enorme dificuldade para atribuir sexo a fósseis de dinossauro, pois tecidos moles raramente se preservam e as diferenças externas nem sempre indicam sexo (podem indicar idade ou variação de espécie).
Com esses indícios — estruturas de acasalamento ou marcas comportamentais — abre‑se possibilidade de entender melhor a biologia reprodutiva e o comportamento social desses animais, além de aprofundar a ligação evolutiva com as aves modernas.

Limitações e cautelas

Apesar das promissoras pistas, os pesquisadores frisam que:

  • A presença de uma estrutura (como a abertura cloacal) em um fóssil não garante que poderá ser generalizada para toda a espécie ou gênero.
  • Estruturas de exibição podem ter múltiplas funções (território, defesa, atração) e não necessariamente indicam sexo com certeza.
  • O estudo de fósseis depende da preservação excepcional de detalhes, algo raro na maioria dos achados.

O que vem pela frente

O foco agora está em:

  • Identificar mais fósseis com preservação de aberturas reprodutivas ou estruturas associadas ao acasalamento.
  • Aplicar técnicas de imagem não destrutivas (como tomografia) para estudar interior dos ossos em busca de sinais específicos, como tecidos medulares ou marcas de uso reprodutivo.
  • Comparar esses vestígios com répteis e aves atuais para fortalecer analogias de comportamento.

Em resumo, embora ainda não haja um método amplamente confiável para determinar o sexo de todos os dinossauros fósseis, as lesões de acasalamento ou vestígios de comportamento sexual estão se consolidando como uma das mais promissoras linhas de investigação nessa fronteira da paleontologia.

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