Leão, opositor de treinadores estrangeiros, começou no Palmeiras com técnico argentino
O ex‑goleiro e ex‑técnico Emerson Leão, conhecido por suas críticas à presença de profissionais estrangeiros no futebol brasileiro, relembrou nesta semana que sua estreia pelo Palmeiras aconteceu justamente com um treinador estrangeiro no comando.
No evento do 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol, realizado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Leão afirmou: “Eu sempre disse que eu não gosto de treinadores estrangeiros no meu país. Antes eu falava que eu não suportava, não suportaria. Não mudo a minha opinião.”
A estreia
Em 16 de abril de 1969, Leão foi promovido ao time principal do Palmeiras num jogo contra o Juventus (SP), válido pelo Campeonato Paulista, quando o clube venceu por 6 a 1. O treinador alviverde na ocasião era o argentino Filpo Núñez, que concedeu ao jovem Leão sua primeira chance como titular.
A ironia do contexto
Embora Leão hoje seja veementemente crítico à presença de técnicos estrangeiros no Brasil — chegando a classificar a prática como “o fim, a falência” — sua própria história está intimamente ligada a um estrangeiro que impulsionou o início de sua carreira. Ele reconheceu a ironia ao expor essa contradição, afirmando que o ambiente também tem responsabilidade: “Nós, treinadores, somos culpados da invasão de outros treinadores que não têm nada a ver com isso.”
Repercussão
A fala de Leão reacendeu o debate sobre a participação de profissionais estrangeiros no futebol brasileiro, tanto em clubes quanto nas seleções. O episódio chamou a atenção por trazer à tona o paradoxo entre a opinião pública e a trajetória pessoal de um dos maiores nomes da história do futebol nacional.

