Economia

Lucro do Itaú alcança R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre e confirma projeções do mercado financeiro

O Itaú Unibanco apresentou um lucro líquido de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025, resultado que ficou dentro das expectativas dos analistas e consolidou o banco como uma das instituições financeiras mais rentáveis da América Latina. O desempenho, em linha com as previsões do mercado, reforça a solidez operacional do grupo em meio a um cenário de juros elevados e incertezas econômicas internas e externas.

De acordo com o relatório divulgado pela instituição, o resultado foi impulsionado principalmente pelo crescimento das receitas com serviços, pela estabilidade na margem financeira com clientes e pela melhora na qualidade da carteira de crédito. Apesar do ambiente de desaceleração do consumo e do crédito, o banco conseguiu manter um nível de rentabilidade consistente, o que demonstra a eficiência de sua gestão e controle de custos.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Itaú ficou próximo de 21%, um dos maiores do setor bancário brasileiro, e manteve-se praticamente estável em relação ao trimestre anterior. Esse indicador mostra a capacidade da instituição de gerar lucro sobre o capital investido pelos acionistas, reforçando o posicionamento do banco entre as empresas mais lucrativas do país.

Entre os destaques operacionais, o Itaú registrou um aumento nas operações com pessoas físicas e no crédito para pequenas e médias empresas. As linhas de financiamento voltadas ao consumo, como cartão de crédito e crédito pessoal, apresentaram crescimento moderado, enquanto os empréstimos imobiliários tiveram retração diante das condições de juros ainda elevados.

O banco também destacou que a inadimplência total permaneceu sob controle, com leve variação em relação ao trimestre anterior. O índice de atraso acima de 90 dias ficou em 3,2%, refletindo a política de crédito mais seletiva adotada pela instituição desde o início de 2024. Essa estratégia tem contribuído para reduzir o risco de perdas e preservar a qualidade da carteira.

Nas receitas de serviços, houve crescimento expressivo em áreas como administração de fundos, seguros, cartões e operações de câmbio. O aumento do número de clientes digitais e o avanço das plataformas de investimento também contribuíram para o desempenho positivo, evidenciando o papel da transformação tecnológica no fortalecimento da base de receitas do banco.

A área de seguros e previdência foi outro ponto relevante no balanço, com alta de 8% nas receitas em comparação com o mesmo período do ano passado. O Itaú tem ampliado sua atuação nesse segmento, aproveitando a sinergia com sua ampla base de clientes e o ambiente favorável para produtos de proteção e investimento de longo prazo.

No cenário internacional, o desempenho das operações na América Latina também colaborou para o resultado consolidado. Países como Chile, Paraguai e Colômbia registraram crescimento estável, contribuindo para a diversificação geográfica da instituição e reduzindo a dependência do mercado brasileiro.

O banco ressaltou ainda que o controle rigoroso das despesas administrativas foi fundamental para sustentar a lucratividade. Mesmo com o avanço da inflação e dos custos operacionais, o Itaú conseguiu manter sua eficiência por meio de investimentos em digitalização e automação de processos, reduzindo gastos e ampliando a produtividade.

Analistas do setor financeiro avaliam que o resultado do Itaú reforça sua posição de liderança e mostra a resiliência do setor bancário tradicional frente ao avanço das fintechs e aos desafios macroeconômicos. O bom desempenho também indica que o banco segue preparado para o próximo ciclo de cortes de juros, esperado para 2026, o que pode impulsionar a expansão do crédito e melhorar ainda mais sua margem financeira.

Com o fechamento do terceiro trimestre, o Itaú encerra mais uma etapa de estabilidade e crescimento sustentado. Mesmo em um ambiente de incertezas, a instituição mantém uma estratégia centrada na eficiência, na inovação digital e na gestão de riscos, consolidando-se como referência de solidez e rentabilidade no sistema financeiro nacional.

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