Haddad defende redução da Selic ao destacar que atual política fiscal é a mais sólida desde 2015
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a atual condução da política fiscal do governo representa a mais consistente desde 2015, período em que o país enfrentava forte desequilíbrio nas contas públicas. Em sua avaliação, o cenário fiscal equilibrado e o controle de gastos justificam uma redução mais acelerada da taxa básica de juros, a Selic, mantida em patamares elevados pelo Banco Central.
Haddad destacou que o governo tem conseguido resultados expressivos na arrecadação, no cumprimento de metas e na contenção de despesas, o que, segundo ele, reforça a credibilidade da política econômica e abre espaço para uma política monetária menos restritiva. O ministro defende que a manutenção da Selic em níveis altos, apesar da melhora fiscal, tem imposto custos desnecessários à economia real, especialmente para empresas e famílias endividadas.
Segundo dados da equipe econômica, o desempenho das contas públicas em 2025 mostra uma trajetória de estabilização da dívida e melhora do resultado primário. O ministro ressaltou que, pela primeira vez em quase uma década, o país avança simultaneamente no equilíbrio fiscal e na recuperação do crescimento econômico, algo que reforça a confiança dos investidores e estimula o ambiente de negócios.
Haddad argumentou que a disciplina fiscal, acompanhada de reformas estruturais, cria condições seguras para a redução dos juros. Ele lembrou que medidas como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária visam garantir previsibilidade e responsabilidade nas finanças públicas, fatores que costumam ser determinantes para a definição da taxa básica de juros.
O ministro também destacou que o custo do crédito segue elevado, o que tem limitado o avanço da atividade produtiva. Para ele, a redução da Selic não apenas incentivaria investimentos, mas também ampliaria a geração de empregos e o consumo interno, fortalecendo o ciclo de crescimento econômico iniciado nos últimos trimestres.
A relação entre a política fiscal e monetária tem sido um dos principais pontos de discussão entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Enquanto Haddad reforça a necessidade de ajustar a Selic ao novo contexto de estabilidade, o BC argumenta que a cautela é necessária diante de riscos inflacionários ainda presentes no cenário internacional.
Nos bastidores, interlocutores do governo afirmam que o ministro tem buscado um diálogo mais intenso com o Comitê de Política Monetária (Copom), apresentando dados que sustentam a tese de que o equilíbrio das contas públicas é suficiente para sustentar uma queda gradual dos juros. Haddad considera que o Brasil já superou o momento de maior pressão inflacionária e que o foco agora deve ser o estímulo à economia.
Economistas do setor privado têm reconhecido os avanços fiscais recentes, embora alguns mantenham postura prudente quanto ao ritmo de redução dos juros. Para eles, a solidez das contas públicas é um fator positivo, mas alertam que o cenário global ainda impõe desafios, principalmente pela oscilação das commodities e pelas incertezas geopolíticas.
Haddad, por sua vez, reforçou que a gestão atual tem se comprometido com a transparência e a previsibilidade das políticas econômicas, elementos que contribuem para a confiança do mercado. Ele afirmou que, desde 2015, não se via uma convergência tão clara entre responsabilidade fiscal e estabilidade macroeconômica.
Com a próxima reunião do Copom se aproximando, as declarações do ministro ganham peso no debate sobre os rumos da política monetária. O governo aposta que, diante dos resultados fiscais positivos e da inflação controlada, o Banco Central poderá iniciar um novo ciclo de cortes da Selic ainda no primeiro semestre de 2026, abrindo espaço para um crescimento mais vigoroso da economia brasileira.
A fala de Haddad reforça o discurso de que o país vive um momento de virada após anos de descompasso entre arrecadação, gastos e endividamento. A busca por juros mais baixos é vista pelo ministro não apenas como uma medida técnica, mas como um passo fundamental para consolidar a retomada econômica e garantir que o equilíbrio fiscal conquistado se traduza em benefícios concretos para a população.

