Economia

Estudo da FGV aponta que iniciativa da Caixa pode injetar mais de R$ 70 bilhões na economia e na arrecadação pública

Um levantamento realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que um novo programa da Caixa Econômica Federal tem potencial de gerar um impacto superior a R$ 70 bilhões na economia brasileira, somando efeitos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e a arrecadação de impostos. O estudo, divulgado nesta segunda-feira (27), indica que a medida pode se tornar um dos principais impulsionadores do crescimento econômico e da geração de emprego nos próximos anos.

De acordo com a análise, o programa — voltado para a ampliação do crédito, incentivo ao consumo e fortalecimento do mercado imobiliário — deverá movimentar diferentes setores produtivos. A FGV estima que a combinação entre concessão de financiamentos, investimentos em infraestrutura e estímulos ao crédito habitacional possa aumentar significativamente a renda disponível das famílias e o investimento das empresas.

O relatório da instituição destaca que o impacto do programa não se limita ao setor financeiro. Segundo os especialistas responsáveis pelo estudo, a iniciativa deverá ter efeitos diretos e indiretos sobre cadeias produtivas que vão desde a construção civil até o comércio e a indústria de bens duráveis. Isso ocorre porque o crédito concedido tende a ser revertido em consumo e obras, criando um ciclo de atividade econômica que se retroalimenta.

Outro ponto relevante do estudo é a projeção de aumento da arrecadação tributária. A FGV calcula que parte dos R$ 70 bilhões projetados virá do crescimento na arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais, impulsionada pelo maior volume de transações e contratações. Essa expansão da base de arrecadação poderá, segundo o relatório, contribuir para melhorar o equilíbrio fiscal do país sem necessidade de aumento de tributos.

Os economistas envolvidos na pesquisa enfatizam que o desempenho do programa dependerá também do cenário macroeconômico, especialmente da taxa de juros e da confiança do consumidor. Caso o Banco Central mantenha o ritmo de cortes na Selic e o mercado de trabalho continue se fortalecendo, os efeitos positivos tendem a ser ampliados.

A Caixa Econômica Federal, que coordena a execução da iniciativa, tem como meta facilitar o acesso ao crédito em regiões menos atendidas e estimular o financiamento para pequenas e médias empresas. O banco público também prevê medidas de inclusão financeira, voltadas para famílias de baixa renda, o que poderá gerar impacto social relevante.

Para a FGV, o programa tem um diferencial importante: seu potencial de mobilizar recursos de forma descentralizada, alcançando municípios de médio e pequeno porte. Essa característica, segundo o estudo, permite que o crescimento se distribua de maneira mais equilibrada, reduzindo disparidades regionais e fortalecendo economias locais.

Além do impacto econômico direto, a pesquisa aponta para um possível aumento no nível de formalização de trabalhadores e empreendedores beneficiados pelas linhas de crédito. Isso, por sua vez, tende a ampliar a contribuição previdenciária e fiscal, reforçando os efeitos de longo prazo da medida.

O estudo da FGV conclui que o programa pode se tornar um instrumento estratégico de política pública, ao mesmo tempo em que reforça o papel da Caixa como agente de desenvolvimento nacional. A instituição avalia que, se mantidas as condições macroeconômicas favoráveis, o impacto acumulado poderá superar as projeções iniciais e consolidar a iniciativa como uma das mais relevantes dos últimos anos em termos de estímulo à economia.

A análise reforça a importância de políticas de crédito direcionadas e sustentáveis, capazes de gerar crescimento sem comprometer o equilíbrio fiscal. Com isso, o programa da Caixa, segundo a FGV, surge como uma oportunidade concreta de impulsionar o PIB e a arrecadação pública, contribuindo para um ciclo mais virtuoso de desenvolvimento econômico no país.

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