Economia

Pipo Calazans destaca em Cannes: “Crises servem como motor de evolução criativa e humana”

Durante sua participação no Festival de Criatividade de Cannes, Pipo Calazans, CEO da agência DM9, refletiu sobre o papel das crises na transformação do mercado publicitário e da sociedade. Segundo ele, os momentos de instabilidade — sejam econômicos, sociais ou culturais — funcionam como catalisadores de inovação, impulsionando novas ideias, comportamentos e formatos de comunicação.

Calazans afirmou que a publicidade vive um período de profunda reinvenção, marcado pela tecnologia, pela inteligência artificial e pela busca por propósito nas marcas. Para ele, o setor precisa aprender com as adversidades, transformando incertezas em oportunidades de crescimento. “As crises nos tiram da zona de conforto. Elas forçam o pensamento criativo a evoluir, a encontrar novas formas de gerar conexão, emoção e impacto. É nesse ambiente de tensão que nascem as grandes ideias”, declarou.

O executivo também abordou o papel do Brasil no cenário global da propaganda. Ele ressaltou que, apesar das dificuldades econômicas e das restrições orçamentárias, o país segue sendo um dos mais criativos do mundo. “O DNA criativo brasileiro é resiliente. Somos bons em fazer muito com pouco, e isso se reflete em campanhas que dialogam com o público de forma autêntica, com emoção e inteligência. Essa é a nossa força”, disse.

Ao falar sobre a DM9, Calazans destacou a importância de manter o equilíbrio entre criatividade e responsabilidade. A agência, que vive um momento de consolidação no mercado após um período de reestruturação, tem apostado em campanhas que combinam humor, sensibilidade e consciência social. “As marcas precisam entender que o público de hoje busca propósito, transparência e relevância. Não basta apenas vender — é preciso inspirar e participar das conversas que movem a sociedade”, explicou.

Em relação às novas tecnologias, o CEO ressaltou que a inteligência artificial deve ser vista como aliada e não como ameaça. Segundo ele, a IA amplia o potencial humano, mas nunca substitui a sensibilidade e a intuição que estão no coração da criação publicitária. “A tecnologia é ferramenta. O que diferencia uma ideia genial de uma comum é a capacidade humana de perceber nuances, de sentir o tempo e o contexto. Isso continua sendo insubstituível”, afirmou.

Calazans também comentou sobre a importância da diversidade e inclusão dentro das agências e nas mensagens publicitárias. Para ele, esse é um ponto fundamental para que a comunicação seja realmente representativa e conecte-se com as pessoas de forma genuína. “Diversidade não é um tema de moda, é uma necessidade criativa. Só se cria algo verdadeiramente novo quando se escutam vozes diferentes”, defendeu.

Encerrando sua fala em Cannes, Pipo Calazans reforçou que as crises — sejam econômicas, culturais ou de imagem — não devem ser encaradas como obstáculos, mas como gatilhos de transformação. “Todo período de dificuldade traz uma oportunidade de evolução. É quando somos desafiados que nos reinventamos, e é dessa reinvenção que nasce o futuro da comunicação”, concluiu.

Com esse discurso, Calazans reafirma o papel da criatividade brasileira como força de superação e inovação, mostrando que, mesmo em tempos incertos, a publicidade pode continuar sendo um instrumento de mudança positiva e inspiração global.

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