Conservadores reagem negativamente à apresentação de Bad Bunny em espanhol no Super Bowl
A escolha do rapper porto-riquenho Bad Bunny para o show do intervalo do Super Bowl LX, marcado para 8 de fevereiro de 2026, gerou uma onda de críticas por parte de comentaristas e influenciadores conservadores. A principal controvérsia surgiu devido ao fato de Bad Bunny cantar exclusivamente em espanhol, o que, segundo seus detratores, comprometeria a natureza “unificadora” e “familiar” do evento.
Entre as figuras públicas que expressaram descontentamento, destaca-se a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, que sugeriu a presença de agentes do ICE durante o evento. Além disso, o ex-presidente Donald Trump qualificou a escolha como “absolutamente ridícula”, enquanto outros comentaristas de direita o acusaram de ser “anti-ICE” e de promover uma agenda política através de suas performances.
Em resposta, Bad Bunny fez uma aparição no programa Saturday Night Live (SNL), onde, após se dirigir ao público em espanhol, afirmou: “Se você não entendeu o que eu acabei de dizer, tem quatro meses para aprender”. Essa declaração foi interpretada como uma defesa da cultura latina e uma provocação às críticas recebidas.
É importante notar que essa reação da direita não é inédita. Ao longo das décadas, artistas latinos enfrentaram resistência semelhante em eventos de grande visibilidade nos Estados Unidos. Por exemplo, em 1968, o cantor José Feliciano foi criticado por sua interpretação do hino nacional americano em espanhol durante a final da World Series. Mais recentemente, em 2020, a apresentação de Shakira e Jennifer Lopez no Super Bowl também gerou controvérsias, especialmente entre comentaristas conservadores.
A atual controvérsia destaca um debate contínuo sobre identidade cultural, imigração e representação nos Estados Unidos. A reação negativa à performance de Bad Bunny reflete tensões mais amplas sobre o lugar da cultura latina na sociedade americana e sua representação em plataformas de grande alcance como o Super Bowl.