Valdemar afirma que definição sobre candidatura da direita ficará nas mãos de Bolsonaro
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, reforçou nesta semana que a decisão final sobre a formação da chapa presidencial da direita para as eleições de 2026 caberá exclusivamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita em meio às discussões internas do partido e às especulações sobre possíveis alianças no campo conservador. Segundo Valdemar, a palavra de Bolsonaro será determinante na definição de nomes e estratégias eleitorais.
A fala do dirigente ocorre em um contexto de intensas movimentações políticas dentro do PL, que busca consolidar sua posição como principal força de oposição ao governo Lula. Embora diversos líderes do partido tenham defendido a antecipação das articulações para o pleito, Valdemar reiterou que a decisão será tomada “no momento certo” e sob a orientação direta do ex-presidente, considerado o principal ativo político da legenda.
Nos bastidores, integrantes do PL afirmam que o partido avalia diferentes cenários, incluindo a possibilidade de Bolsonaro indicar um sucessor caso decida não concorrer por motivos legais. Entre os nomes citados para uma eventual candidatura estão o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o do presidente do PL no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro. No entanto, Valdemar reforçou que qualquer definição dependerá da estratégia delineada por Jair Bolsonaro.
O líder do PL também comentou sobre as recentes aproximações entre o partido e outras legendas do campo conservador, como o Republicanos e o Progressistas (PP). Segundo ele, o objetivo é construir uma base sólida de apoio que possa competir em pé de igualdade com a coalizão governista nas próximas eleições. Apesar disso, Valdemar destacou que “a unidade da direita passa, inevitavelmente, pela liderança de Bolsonaro”.
Para analistas políticos, a postura de Valdemar Costa Neto reflete a centralidade de Jair Bolsonaro no cenário da oposição. Mesmo com desafios judiciais e restrições impostas pela Justiça Eleitoral, o ex-presidente mantém forte influência entre os eleitores conservadores e continua sendo o principal articulador de movimentos políticos à direita. Essa influência explica por que o PL tem adotado uma posição cautelosa em relação à definição de sua chapa presidencial.
A manutenção do protagonismo de Bolsonaro dentro do partido também tem impacto direto sobre as estratégias regionais. Governadores e deputados alinhados ao ex-presidente buscam garantir apoio para reeleições e ampliar sua presença nas assembleias e no Congresso. A expectativa é que o PL utilize a imagem de Bolsonaro como elemento central de suas campanhas estaduais e federais.
Valdemar ainda destacou que o partido pretende ampliar o número de filiados e fortalecer sua base nos municípios, com foco especial nas capitais e nas cidades de médio porte. A meta é preparar o terreno para 2026 e garantir que o PL tenha estrutura suficiente para lançar candidatos competitivos em todos os estados. Segundo fontes internas, o partido já estuda a criação de um núcleo de formação política voltado à preparação de novos líderes conservadores.
Nos últimos meses, Jair Bolsonaro tem participado ativamente de eventos partidários, viagens pelo país e encontros com lideranças regionais. Essas agendas têm sido vistas como parte de um esforço para manter sua base mobilizada e reforçar sua presença no debate público, apesar dos processos que ainda correm contra ele. Valdemar, por sua vez, tem atuado como interlocutor entre o ex-presidente e os demais setores da legenda.
Para o PL, a definição sobre a chapa presidencial deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2025, após o avanço das conversas com aliados e a avaliação do cenário político e jurídico. A sigla aposta em uma candidatura forte e unificada, capaz de representar os valores da direita e reconquistar o Palácio do Planalto.
Enquanto isso, a oposição segue tentando se reorganizar diante das ações do governo federal e do avanço de partidos de centro em busca de espaço. A fala de Valdemar Costa Neto, ao reafirmar a liderança de Bolsonaro, serve como um recado claro de que o PL não abrirá mão de seguir o comando do ex-presidente na condução de sua estratégia política.
Com o discurso de unidade e lealdade a Jair Bolsonaro, Valdemar tenta garantir coesão interna e evitar divisões prematuras dentro do partido. O tom adotado pelo dirigente reforça a imagem de que, independentemente dos desafios futuros, o PL continuará tendo o ex-presidente como figura central de sua identidade política e de seu projeto eleitoral.