Economia

Setor de serviços atinge recorde histórico em agosto com alta de 2,5% e consolida recuperação da economia

O setor de serviços — o maior da economia brasileira — registrou crescimento de 2,5% em agosto em relação ao mês anterior, atingindo o maior nível da série histórica. O resultado mostra que o segmento continua sendo o grande motor da atividade econômica, sustentando o PIB em um momento de desaceleração da indústria e do comércio.

O avanço foi impulsionado principalmente por serviços prestados às famílias, tecnologia da informação e transporte de cargas, que mantêm desempenho positivo mesmo diante de um cenário de juros altos e incertezas fiscais.


Expansão generalizada e confiança empresarial

De acordo com os dados mais recentes, quatro das cinco grandes atividades do setor registraram aumento. O destaque ficou para os serviços de informação e comunicação, que cresceram acima da média e refletem o avanço da digitalização nas empresas.

Os serviços prestados às famílias, como turismo, alimentação e lazer, também mantiveram trajetória de alta, beneficiados pela melhora do mercado de trabalho e aumento da renda real. Esses segmentos têm sido fundamentais para sustentar o consumo interno e gerar empregos.

“O setor de serviços vem mostrando resiliência impressionante. Mesmo com crédito mais caro, as empresas continuam contratando e investindo em tecnologia e inovação”, avaliou um economista ouvido pelo mercado.

Além disso, indicadores de confiança empresarial mostram otimismo moderado, com empresários prevendo manutenção do ritmo de crescimento até o fim do ano, puxado por datas sazonais e pelo aumento do turismo doméstico.


Nível recorde na série histórica

Com o desempenho de agosto, o índice geral do setor atingiu o nível mais alto desde o início da medição, superando o patamar pré-pandemia em mais de 13%. A marca simboliza a consolidação de um ciclo de recuperação iniciado em 2022, após as perdas provocadas pelas restrições sanitárias e pela inflação elevada.

O bom resultado também confirma a mudança estrutural no comportamento do consumidor, que passou a valorizar mais os serviços digitais, as experiências presenciais e o bem-estar, tendências que se fortaleceram após a crise sanitária.


Transporte e tecnologia impulsionam o resultado

O segmento de transportes e logística, responsável por movimentar grande parte da produção nacional, registrou crescimento expressivo com a expansão do e-commerce e o aumento da circulação de mercadorias.

Já os serviços de tecnologia da informação e comunicação vêm apresentando ganhos consistentes há mais de um ano, impulsionados por investimentos em automação, segurança digital e plataformas de atendimento remoto.

Esses dois segmentos respondem por quase metade do avanço total do setor e têm sido os principais responsáveis por manter o crescimento mesmo em períodos de volatilidade.


Perspectivas para os próximos meses

Economistas acreditam que o setor deve manter desempenho positivo até o final de 2025, ainda que em ritmo mais moderado. A expectativa é de que a redução gradual da taxa Selic estimule novos investimentos e amplie a demanda por serviços corporativos e financeiros.

Contudo, há preocupações com o ritmo de crescimento do crédito e a situação fiscal, que podem afetar a confiança dos empresários. Apesar disso, o dinamismo do mercado de trabalho e a expansão da renda devem continuar sustentando o consumo.

“O setor de serviços tende a ser o último a sentir os efeitos de uma desaceleração. O cenário atual ainda é favorável, e o Brasil pode fechar o ano com um dos maiores crescimentos do setor entre as economias emergentes”, afirmou outro analista.


Conclusão

O avanço de 2,5% em agosto consolida o setor de serviços como a principal engrenagem da economia brasileira, confirmando a força do consumo interno e da digitalização dos negócios. Com recorde histórico e perspectiva de continuidade, o desempenho do setor reforça a ideia de que a recuperação econômica está mais sólida e diversificada, sustentada pela inovação, pela retomada do turismo e pela geração constante de empregos.

Mesmo com desafios fiscais e monetários no horizonte, os números mostram que o Brasil segue em trajetória de crescimento estável, impulsionado por um setor que representa mais de 70% do PIB nacional e continua sendo o alicerce da atividade econômica.

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