Economia

Projeções apocalípticas do mercado: ouro pode alcançar US$ 5 mil por onça-troy até 2026

O mercado financeiro global começa a observar com atenção uma tendência que pode transformar completamente o cenário das commodities nos próximos anos. Analistas e gestores de fundos especializados em metais preciosos acreditam que o ouro — historicamente um dos ativos mais seguros em momentos de incerteza — pode alcançar o patamar de US$ 5 mil por onça-troy até 2026, o que representaria uma valorização sem precedentes na história recente.

Essa previsão, que há poucos anos pareceria exagerada, ganha força em meio ao avanço da inflação em diversas economias, à instabilidade geopolítica e à percepção de que o sistema financeiro internacional passa por uma mudança estrutural. Investidores veem no ouro uma reserva de valor cada vez mais necessária, sobretudo diante da expansão das dívidas públicas e da desconfiança sobre a solidez das principais moedas fiduciárias, como o dólar e o euro.

De acordo com especialistas em macroeconomia, o movimento de valorização do ouro não é apenas reflexo da busca por segurança, mas também uma resposta direta ao cenário de juros globais. Mesmo com a política monetária mais restritiva adotada por bancos centrais, o endividamento público crescente e a desaceleração econômica em países desenvolvidos alimentam expectativas de cortes futuros nas taxas, o que tende a favorecer o metal precioso.

Outro fator determinante para a projeção é o aumento da demanda de bancos centrais, especialmente na Ásia. China, Índia e Turquia têm expandido significativamente suas reservas em ouro, buscando reduzir a dependência do dólar e proteger suas economias de oscilações cambiais e de sanções internacionais. O movimento desses países é interpretado por muitos analistas como um sinal de mudança no equilíbrio global de poder econômico.

No mercado físico, a demanda por barras e moedas de ouro também cresce entre investidores individuais, que veem no metal uma forma de preservar patrimônio em meio à volatilidade dos ativos digitais e à instabilidade das bolsas de valores. Desde 2023, o ouro acumula valorização constante, impulsionado por compras de fundos de investimento e ETFs que replicam o preço da commodity.

Economistas afirmam que o possível salto para US$ 5 mil por onça-troy dependerá de três variáveis principais: o comportamento da inflação mundial, a intensidade das tensões geopolíticas e o ritmo de expansão monetária nas principais economias. Em um cenário de recessão global combinada com cortes agressivos de juros, o ouro tende a se tornar o principal refúgio dos investidores.

A conjuntura internacional também reforça essa tese. A guerra na Ucrânia, a tensão crescente entre China e Estados Unidos e os conflitos no Oriente Médio pressionam os mercados e impulsionam a busca por ativos de segurança. Além disso, há uma percepção de que o ouro, diferentemente das criptomoedas, possui estabilidade e reconhecimento histórico, sendo aceito universalmente em períodos de crise.

Mesmo assim, nem todos os analistas acreditam que o preço chegará a tal patamar. Alguns especialistas argumentam que, caso as economias avancem em um processo de estabilização e o controle inflacionário se mantenha, o ouro poderá permanecer valorizado, mas sem atingir níveis tão altos. Eles apontam ainda que a força do dólar e a recuperação das bolsas americanas podem limitar o avanço da commodity.

Por outro lado, há quem veja o número de US$ 5 mil por onça-troy como mais simbólico do que técnico — um reflexo da percepção global de insegurança e desconfiança em relação aos mercados tradicionais. Se esse cenário se concretizar, seria um dos movimentos mais expressivos da história recente do ouro, comparável ao salto registrado na crise de 2008.

De toda forma, o consenso entre analistas é que o ouro continuará sendo um dos ativos mais observados do planeta nos próximos anos. A busca por estabilidade e proteção patrimonial segue crescendo, e o metal, que há milênios representa segurança em tempos de incerteza, volta a brilhar com força no horizonte financeiro mundial.

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