Haddad acusa “lobby de privilegiados” de derrubar MP que taxava bancos, apostas e bilionários
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Medida Provisória (MP) 1.303/2025 foi derrubada no Congresso Nacional porque prevaleceu o lobby de privilegiados — em especial de bancos, apostas eletrônicas (“bets”) e bilionários, segundo ele. Segundo Haddad, a MP visava criar alternativas para compensar a queda de receitas diante de concessão de isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e precisava de recursos para saúde, educação e Previdência em 2026, mas foi rejeitada por interesses estabelecidos.
O que dizia a MP 1.303/2025
- A MP propunha arrecadar recursos cobrando mais de quem teria condições de pagar, como grandes bancos, bilionários e empresas de apostas, para compensar a isenção do IR para parcelas da população de renda mais baixa.
- Esperava-se arrecadar algo em torno de R$ 17 bilhões para 2026, permitindo manter programas sociais sem aumentar a carga sobre quem ganha menos.
- A proposta visava equilibrar o orçamento público diante de despesas crescentes, mas sem abrir mão de responsabilidade fiscal.
O posicionamento de Haddad
- Haddad disse que não foi descuido, mas uma escolha consciente de parlamentares que, segundo ele, optaram por proteger interesses poderosos, em detrimento dos mais pobres.
- Ele afirmou que os privilegiados conseguiram “blindar” seus interesses, exigindo que os cortes orçamentários recaiam sobre quem tem menos.
- Para Haddad, isso contraria o compromisso do governo com justiça fiscal: “incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”.
Implicações políticas e econômicas
- A queda da MP impacta o planejamento orçamentário de 2026, obrigando o governo a buscar outras fontes de receita ou contingenciar gastos.
- Politicamente, a fala de Haddad reforça o discurso de desigualdade e justiça tributária, um tema sensível para a base aliada e para segmentos da sociedade que aguardavam a mudança.
- Pode também criar pressão sobre parlamentares para que expliquem sua posição na votação, abrindo espaço para críticas de que estariam defendendo interesses corporativos ou de alto poder aquisitivo.