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Ex-assessores de Bolsonaro apresentam novas defesas após destituição de advogados por Moraes

Os ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolaram suas novas defesas no Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Alexandre de Moraes determinar a destituição de seus antigos advogados. A medida, que gerou forte repercussão nos meios jurídicos e políticos, ocorre dentro dos inquéritos que investigam supostas tentativas de abalar o processo democrático e de interferência institucional durante o governo anterior.


Decisão de Moraes e reação da defesa

A decisão do ministro foi motivada por indícios de conflito de interesse e possível obstrução processual entre advogados que atuavam em conjunto para diferentes investigados. Moraes entendeu que havia incompatibilidade de defesa e ordenou a substituição imediata da equipe jurídica.

Após a determinação, os ex-assessores tiveram prazo de poucos dias para nomear novos representantes e reapresentar suas manifestações formais, com o objetivo de garantir o andamento regular do processo e evitar prejuízos à ampla defesa.

Segundo interlocutores próximos aos réus, os novos advogados adotaram uma estratégia de maior colaboração e transparência, buscando distanciar-se de discursos políticos e concentrar-se nos aspectos técnicos dos autos.


O foco das investigações

Os inquéritos em questão fazem parte de um conjunto de apurações que investigam ações e omissões de ex-integrantes do governo Bolsonaro durante momentos críticos da gestão, incluindo:

  • suposta organização e financiamento de atos antidemocráticos;
  • difusão de informações falsas sobre o sistema eleitoral;
  • e eventuais tentativas de interferência nas instituições republicanas.

Esses processos são supervisionados diretamente pelo ministro Alexandre de Moraes, que também conduz as ações ligadas à disseminação de fake news e à segurança institucional do país.


Estratégia revisada e defesa coordenada

Fontes próximas às novas equipes jurídicas afirmam que as defesas pretendem adotar um tom mais técnico e menos confrontativo, evitando declarações públicas e manifestações políticas. O objetivo seria reconstruir a credibilidade processual e reduzir o risco de novas sanções por descumprimento de decisões judiciais.

As novas petições apresentadas ao STF teriam reforçado a tese de que os ex-assessores não participaram diretamente de decisões estratégicas do núcleo mais próximo de Bolsonaro, e que suas funções eram estritamente administrativas.


Clima de tensão e efeitos políticos

A decisão de Moraes reacendeu o debate sobre o alcance de sua autoridade nos inquéritos que envolvem o ex-presidente e seus aliados. Enquanto apoiadores de Bolsonaro afirmam que a medida é “excessiva”, juristas apontam que o ministro atua dentro dos limites legais para preservar a lisura e a individualidade das defesas.

Nos bastidores, há preocupação entre parlamentares próximos ao ex-presidente de que a substituição das equipes jurídicas possa abrir novas frentes de responsabilização e aumentar a pressão sobre o grupo político que integrou o antigo governo.


O que vem a seguir

Com as novas defesas entregues, o STF deve analisar os argumentos e redefinir o cronograma de oitivas e perícias. Espera-se que, nas próximas semanas, sejam divulgadas novas decisões sobre quais dos investigados continuarão respondendo sob sigilo e quais casos seguirão para denúncia formal da Procuradoria-Geral da República.

O episódio marca mais um capítulo da complexa relação entre o Judiciário e o grupo bolsonarista, consolidando a figura de Alexandre de Moraes como um dos principais protagonistas no enfrentamento judicial do legado político do ex-presidente.

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