Diretor da Quaest aponta Lula ainda como favorito em projeções iniciais de 2026
Uma nova avaliação feita pela Quaest Consultoria e Pesquisa indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua sendo o nome mais competitivo nas simulações de primeiro turno para as eleições presidenciais de 2026. A informação foi destacada pelo diretor do instituto, Felipe Nunes, que analisou os resultados mais recentes do levantamento, reforçando que, apesar da polarização política e das críticas à economia, Lula mantém vantagem sobre potenciais adversários.
Segundo Nunes, o atual cenário mostra que o presidente preserva uma base sólida de apoio popular, especialmente entre os eleitores de baixa renda, no Nordeste e entre mulheres. O pesquisador ressalta que esses grupos têm sido fundamentais para a sustentação política de Lula desde sua eleição em 2022 e seguem compondo a espinha dorsal de sua popularidade.
Os dados da Quaest, coletados em todas as regiões do país, apontam que Lula aparece à frente em todos os cenários testados de primeiro turno, superando possíveis adversários como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e até figuras de centro-direita ainda sem definição partidária. Embora a diferença de intenções de voto varie conforme o perfil do oponente, o instituto destaca que o petista não enfrenta queda significativa na preferência do eleitorado.
Felipe Nunes ressaltou que o desempenho de Lula é reflexo de um “cenário de estabilidade” e não de crescimento. “O presidente mantém índices muito parecidos aos que tinha no início do mandato. Ele não ganha novos apoios expressivos, mas também não perde os que já tinha”, afirmou o diretor, destacando que o governo consegue equilibrar apoio popular com desafios econômicos.
Os números também sugerem que, mesmo em meio à alta dos preços de alimentos e às incertezas sobre o equilíbrio fiscal, a confiança de parte do eleitorado em Lula permanece estável. O presidente, segundo o levantamento, continua sendo visto como um líder experiente, capaz de lidar com momentos de instabilidade.
Por outro lado, a pesquisa indica que a oposição ainda enfrenta dificuldades para se consolidar em torno de um nome com força nacional. Tarcísio de Freitas e Romeu Zema aparecem como os mais competitivos, mas ambos enfrentam resistência fora de seus estados de origem. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, encontra-se inelegível, e seu nome, quando incluído nas simulações, obtém índices semelhantes aos registrados em 2022, mas com rejeição crescente.
A Quaest também analisou o nível de rejeição dos principais nomes. Lula aparece com rejeição inferior à de seus adversários, embora enfrente resistência no Sul e no Centro-Oeste, regiões onde o eleitorado é mais crítico ao governo. Já no Nordeste, o petista mantém ampla vantagem, chegando a mais de 65% de aprovação em alguns estados, segundo o estudo.
Felipe Nunes avalia que o cenário eleitoral ainda está longe de definido, mas destaca que o “efeito incumbência” — a vantagem natural de quem já ocupa o cargo — continua sendo um fator importante. “A força de um presidente em exercício tende a se manter até o início efetivo da campanha, principalmente se a economia não enfrentar uma crise profunda”, observou.
Os resultados também mostram que a narrativa política será determinante nos próximos meses. Enquanto o governo aposta na melhora gradual da economia e em programas sociais de impacto direto, a oposição busca criar uma agenda alternativa que consiga dialogar com os eleitores insatisfeitos.
Em resumo, a leitura da Quaest é de que Lula entra em 2026 com leve vantagem estrutural, sustentado pela fidelidade de seu eleitorado e pela falta de um adversário consolidado. No entanto, o instituto alerta que a corrida eleitoral tende a se intensificar a partir do segundo semestre de 2025, quando os partidos começarão a definir alianças, testar discursos e medir a força real de seus pré-candidatos.
Enquanto isso, a liderança do presidente nas projeções serve como um indicativo de estabilidade política, mas também como um alerta para o governo — a necessidade de preservar o apoio popular, garantir avanços na economia e evitar desgastes que possam reduzir sua margem de vantagem quando a disputa começar oficialmente.