O mistério que parou o Brasil: relembre a morte de Odete Roitman em Vale Tudo
A morte de Odete Roitman, personagem interpretada por Beatriz Segall em Vale Tudo (1988), é até hoje um dos momentos mais marcantes da teledramaturgia brasileira. O assassinato da poderosa e arrogante empresária foi o ápice da novela escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, e transformou-se em um fenômeno cultural que paralisou o país.
O crime ocorreu nos momentos finais da trama. Odete Roitman foi morta a tiros na garagem de seu edifício. A cena mostrava apenas o corpo caído e o som dos disparos — o assassino não era revelado, criando um dos maiores mistérios da TV brasileira. Durante meses, o público especulou quem seria o responsável, em uma campanha nacional que mobilizou jornais, revistas e até rodas de conversa nas ruas.
Entre os principais suspeitos estavam Leila (Cássia Kis), Heleninha (Renata Sorrah) e Maria de Fátima (Glória Pires). O segredo foi mantido até o último capítulo, exibido em 6 de janeiro de 1989, quando se revelou que a assassina era Leila, que confundiu Odete com Maria de Fátima e atirou por engano.
O impacto foi gigantesco. A identidade da assassina foi guardada a sete chaves — apenas um pequeno grupo na Globo sabia a verdade. A revelação final registrou um dos maiores índices de audiência da história, superando 70 pontos no Ibope, e virou um marco na cultura popular, com a frase “Quem matou Odete Roitman?” entrando para o imaginário nacional.
Além de impulsionar a carreira de Beatriz Segall e consagrar a novela como uma das maiores da história da televisão, o mistério consolidou o formato dos “quem matou?” nas novelas brasileiras, sendo lembrado e revisitado em tramas posteriores como A Próxima Vítima (1995) e Celebridade (2003).
Mais de três décadas depois, o nome de Odete Roitman continua sinônimo de vilania e de suspense bem construído — uma personagem cuja morte redefiniu a forma como o público brasileiro acompanha e comenta novelas.