Carlos Bolsonaro critica “união da direita” e acusa aliados de silêncio em defesa do pai
Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro (PL), levantou fortes críticas nesta segunda-feira (6) contra o que chamou de omissão das lideranças da direita ao não posicionarem-se publicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação no X, ele direcionou sua insatisfação à expressão “união da direita”, usada por alguns políticos conservadores como marca de articulação para 2026.
O que disse Carlos Bolsonaro
- Ele afirmou que Jair Bolsonaro está “preso ilegalmente, torturado diariamente”, e que nenhum dos envolvidos no discurso de unificação da direita tem manifestado apoio jurídico ou político formal ao ex-presidente.
- Carlos também cobrou dos aliados “firmness and coherence” (firmeza e coerência), criticando declarações vagas de perdoar Bolsonaro só se forem eleitos, o que considera promessas insuficientes.
- A crítica foi dirigida especificamente a nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado — governadores que manifestaram que, se eleitos em 2026, concederiam perdão ou anistia ao ex-presidente, mas ainda não tomaram outras ações concretas.
O pano de fundo político
- A expressão “união da direita” ganhou tração recentemente, inclusive em discursos de políticos como Ciro Nogueira (PP), que defende uma articulação entre partidos conservadores para evitar derrotas eleitorais.
- Para Carlos Bolsonaro, essa união está vazia se não houver compromisso real com pautas consideradas prioritárias por bolsonaristas, como a anistia ampla.
- Ele e seu irmão, Eduardo Bolsonaro, têm pressionado para que o projeto de anistia seja robusto e não apenas simbólico, que inclua perdão ou redução de penas para os condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Implicações e desafios
- A cobrança pública evidencia tensões internas dentro do campo político conservador, especialmente entre quem pensa em construir alianças amplas e quem quer manter fidelidade a pautas mais radicais.
- Para ganhar credibilidade, essa “união da direita” precisaria demonstrar alinhamentos práticos, ações jurídicas ou legislativas, e não apenas negociações ou discursos eleitorais.
- O tema da anistia ampla é controverso: embora tenha apelo junto à base bolsonarista, enfrenta resistência em parte da oposição administrativa e jurídica, o que pode limitar sua viabilidade ou alterar seu formato no Congresso.