Isolado, Bolsonaro perde apoio de Trump e aponta Eduardo como culpado
A relação de Jair Bolsonaro com Donald Trump sempre foi um dos pilares do bolsonarismo, mas esse alicerce começa a ruir. Sem o respaldo explícito do ex-presidente norte-americano, o ex-mandatário brasileiro se vê cada vez mais isolado no cenário internacional e político. O afastamento gera desconforto dentro de sua própria base, e o alvo preferencial da irritação de Bolsonaro passou a ser o próprio filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O silêncio de Trump e o impacto no bolsonarismo
Trump vinha sendo tratado como uma espécie de “escudo simbólico” para Bolsonaro, principalmente após a série de derrotas judiciais e políticas no Brasil. O ex-presidente dos EUA, porém, não tem dado declarações públicas de apoio direto ao aliado brasileiro, ocupado em sua própria campanha e em disputas internas nos Estados Unidos. Esse silêncio foi interpretado como um sinal de distanciamento e fragilidade do pacto entre ambos.
Para o bolsonarismo, que se inspira fortemente na retórica trumpista, a falta de gestos claros de solidariedade pesa. O vácuo de apoio internacional mina a estratégia de Bolsonaro de se apresentar como vítima de perseguição política em sintonia com o discurso do ex-presidente norte-americano.
Eduardo Bolsonaro sob pressão
A irritação de Bolsonaro teria se voltado contra Eduardo, que historicamente foi o responsável por articular pontes com o trumpismo e com setores da direita americana. Nos bastidores, o pai cobra do filho maior habilidade diplomática e influência para manter viva a conexão com o ex-presidente dos EUA.
Eduardo, porém, enfrenta resistência crescente dentro do Partido Republicano, especialmente entre alas que veem o bolsonarismo como problema interno do Brasil, sem ganhos concretos para os Estados Unidos.
Cresce o desespero no núcleo bolsonarista
A falta de apoio externo agrava o clima de desespero no entorno de Bolsonaro. Com investigações em andamento, condenações e a perda de popularidade, o ex-presidente vê sua margem de manobra cada vez menor. O isolamento pode enfraquecer sua base de mobilização, que sempre se alimentou do respaldo simbólico vindo de Trump e da direita internacional.
E agora?
A cobrança sobre Eduardo revela fissuras dentro do clã Bolsonaro. O desafio será reorganizar a narrativa sem o apoio incondicional que vinha do trumpismo. Se não conseguir recompor essa ponte, Bolsonaro corre o risco de perder não apenas prestígio fora do país, mas também capacidade de articulação política dentro do Brasil.