Gestão presidencial atinge metade da população com avaliação positiva e reverte tendência de desaprovação, mostra novo levantamento nacional
O cenário político brasileiro registrou uma importante inflexão com os resultados da mais recente pesquisa nacional divulgada pelo instituto Ipespe, que apontam um crescimento expressivo na aprovação do governo federal. Segundo o levantamento, 50% dos entrevistados avaliam positivamente a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcando uma virada no saldo de imagem do governo, que até então vinha enfrentando tendência de desgaste junto a parte do eleitorado.
Esse novo patamar de aprovação representa não apenas uma recuperação simbólica do presidente, mas também um sinal concreto de que parte da população passou a reconhecer avanços ou mudanças de percepção em relação ao desempenho do Executivo. O índice revela uma reconfiguração na opinião pública, sugerindo que a gestão conseguiu conter o avanço da insatisfação que vinha se acumulando em meses anteriores e reconquistar apoio social em segmentos relevantes do eleitorado.
De acordo com os dados, o crescimento da aprovação veio acompanhado da redução proporcional da desaprovação, que recuou para 42%. O número de pessoas que consideram o governo regular se manteve estável. Essa movimentação no humor do eleitorado é interpretada por analistas políticos como reflexo de uma combinação de fatores: estabilização econômica, avanço de programas sociais, comunicação governamental mais assertiva e sinais de governabilidade no Congresso Nacional.
O estudo do Ipespe traz ainda recortes importantes por região, faixa etária e perfil socioeconômico. O crescimento da aprovação é mais acentuado no Nordeste e entre eleitores de menor renda, segmentos tradicionalmente alinhados ao lulismo, mas também houve melhora perceptível no Sudeste e entre os trabalhadores formais da classe média, considerados eleitores mais voláteis e críticos ao governo em certos momentos. Na divisão por faixa etária, os mais jovens e os idosos mostraram maior tendência de aprovação, enquanto o grupo entre 35 e 54 anos manteve avaliação mais equilibrada.
Essa recuperação na imagem do governo ocorre em um momento considerado estratégico para o Planalto. Com uma série de medidas econômicas em curso — entre elas, o novo marco fiscal, programas de renegociação de dívidas, incentivos à indústria verde e ampliação de programas de transferência de renda — o governo busca consolidar sua presença no cotidiano da população e demonstrar capacidade de entrega.
A equipe econômica, liderada por Fernando Haddad, tem sido um dos pilares da estratégia de reconstrução de confiança. O controle da inflação, o avanço gradual no emprego formal e a expansão do consumo em algumas faixas da população são fatores que influenciam diretamente a avaliação do governo. Mesmo sem crescimento econômico expressivo, a percepção de estabilidade já contribui para reduzir a pressão crítica.
Outro elemento importante no reposicionamento da imagem presidencial foi a redução de ruídos entre o Executivo e o Congresso Nacional. Nos últimos meses, o presidente Lula e seus articuladores políticos intensificaram o diálogo com lideranças do centrão e conseguiram aprovar projetos considerados estratégicos, ainda que em meio a concessões e negociações complexas. O ambiente institucional menos turbulento favorece a percepção de governabilidade, um dos pontos que mais pesam na avaliação de desempenho por parte da sociedade.
No campo da comunicação, o governo federal também passou a adotar uma postura mais ativa nas redes sociais e nos veículos tradicionais, com campanhas de valorização de programas federais e respostas mais rápidas a críticas. Essa mudança no tom e na presença midiática tem sido creditada, nos bastidores, a ajustes internos feitos por marqueteiros e assessores próximos ao núcleo político do Planalto.
Ainda assim, a nova fotografia captada pelo Ipespe não significa ausência de desafios. A base social do governo continua exigente, e a oposição segue ativa nas redes e no Legislativo. A disputa de narrativas permanece intensa, e qualquer sinal de fragilidade — seja na economia, na segurança pública ou na condução política — pode impactar rapidamente os índices de aprovação.
Analistas lembram que a estabilidade em patamares de aprovação próximos a 50% é uma condição essencial para que um governo tenha força para liderar reformas estruturais e manter coesão de base. Ao sair do saldo negativo e recuperar a dianteira na opinião pública, Lula obtém uma espécie de “renovação de fôlego político” para conduzir os próximos passos de sua agenda.
A pesquisa do Ipespe também serve como termômetro para as movimentações eleitorais que se aproximam. Em um ano que antecede as eleições municipais, a avaliação do governo federal tende a influenciar diretamente o desempenho de candidatos aliados em grandes centros urbanos e nos interiores. Prefeitos e lideranças locais monitoram de perto esse tipo de dado antes de definir alianças e estratégias.
Na leitura do núcleo político do Planalto, o momento exige cautela, mas também abre espaço para reforçar a entrega de programas simbólicos, ampliar a presença territorial do governo e fortalecer vínculos com setores estratégicos da sociedade. A aprovação em alta é vista como oportunidade para mostrar resultados, comunicar políticas públicas e retomar a narrativa de um governo voltado à reconstrução do país após anos de crise.
Com os 50% de aprovação revelados pela pesquisa, Lula volta a respirar com mais tranquilidade no cenário nacional e ganha margem para retomar o controle do debate público. A superação do saldo negativo, ainda que recente, oferece um novo ponto de partida para o governo consolidar seu espaço e ampliar seu apoio — seja nas urnas, no Congresso ou nas ruas.