Economia

Carne suína brasileira dispara 72% em exportações e Chile lidera demanda

O setor de proteína animal do Brasil vive um momento de forte expansão nas vendas externas, com destaque para a carne de porco. Dados recentes do comércio internacional mostram que, em 2025, as exportações brasileiras do produto cresceram 72% em comparação com o mesmo período do ano anterior, consolidando o país como um dos maiores players globais nesse segmento. O principal responsável pelo salto foi o Chile, que ampliou consideravelmente suas compras e se tornou o mercado mais dinâmico para os frigoríficos nacionais.


Chile como protagonista

A alta nas exportações para o Chile se deve a uma combinação de fatores. O país vizinho enfrenta queda na produção interna, dificuldades sanitárias em sua cadeia suinícola e aumento do consumo doméstico. Para suprir essa lacuna, as importações foram reforçadas, e o Brasil se consolidou como principal fornecedor pela proximidade logística, preços competitivos e qualidade do produto.

O mercado chileno, embora menor em comparação com gigantes como China e Rússia, é considerado estratégico, pois paga valores acima da média por cortes específicos, como costelas, pernil e produtos processados. Esse perfil de consumo tem sido vantajoso para os frigoríficos brasileiros, que conseguem diversificar sua carteira de clientes e aumentar margens de rentabilidade.


Outros mercados em destaque

Embora o Chile tenha puxado a alta, outros países também registraram incremento significativo nas compras de carne suína brasileira. Entre eles, estão nações asiáticas como Filipinas e Japão, além de parceiros tradicionais da América Latina. Esse movimento mostra que o Brasil vem conseguindo reduzir sua dependência de um único comprador e ganhar espaço em mercados que, até pouco tempo, eram dominados por concorrentes europeus e norte-americanos.

Além disso, tensões comerciais entre grandes produtores mundiais e barreiras sanitárias em alguns países abriram espaço para que os frigoríficos brasileiros ocupassem novas fatias de mercado.


Benefícios para o Brasil

O salto nas exportações tem impacto direto na balança comercial e no setor agroindustrial brasileiro. Os frigoríficos ampliam receitas, fortalecem investimentos e sustentam milhares de empregos diretos e indiretos ligados à cadeia suinícola, que envolve desde a produção de grãos para ração até o transporte e logística portuária.

A valorização do real em 2025, por outro lado, limita parte do ganho em dólar, mas ainda assim os resultados são considerados positivos. Para analistas, a diversificação dos destinos ajuda a mitigar riscos e garante maior resiliência ao setor frente a crises internacionais.


Desafios pela frente

Apesar dos números expressivos, o setor enfrenta desafios. A preocupação com barreiras sanitárias é constante, especialmente em mercados mais rigorosos. O Brasil precisa reforçar sua vigilância contra doenças como peste suína africana e gripe aviária, que podem gerar restrições imediatas.

Outro ponto é a pressão ambiental e de sustentabilidade, cada vez mais presente nas negociações comerciais. Frigoríficos que desejam ampliar presença em mercados desenvolvidos terão de investir em rastreabilidade, redução da pegada de carbono e políticas de bem-estar animal.


Perspectivas

Se mantida a tendência, 2025 pode se tornar um dos melhores anos da história para a exportação de carne suína brasileira. A expectativa é que o Chile continue como motor da demanda no curto prazo, mas a estratégia de longo prazo deve mirar em mercados maiores, como a China, que pode retomar volumes expressivos de compra dependendo de sua produção doméstica.

O cenário atual indica que o Brasil tem condições de consolidar ainda mais sua posição global, equilibrando ganhos econômicos com exigências sanitárias e ambientais, que definem a competitividade no setor de proteínas.

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