Economia

Gestores projetam salto: setor de ETFs no Brasil pode crescer até dez vezes

O mercado brasileiro de fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) está prestes a viver uma expansão inédita. Gestores de grandes casas de investimento avaliam que o setor, ainda em estágio de maturação no país, tem potencial para crescer até dez vezes nos próximos anos, acompanhando a demanda por alternativas de investimento mais baratas, diversificadas e acessíveis ao investidor comum.


O que são ETFs e por que estão em alta

Os ETFs são fundos negociados em bolsa que replicam o desempenho de índices de mercado, como o Ibovespa ou carteiras temáticas ligadas a setores específicos. Diferentemente de fundos tradicionais, possuem taxas de administração mais baixas e oferecem uma forma prática de diversificação, já que um único ETF pode conter dezenas ou até centenas de ativos.

No Brasil, o mercado começou a ganhar força na última década, mas ainda representa uma fração pequena do total de recursos aplicados. Nos Estados Unidos e na Europa, os ETFs já se consolidaram como instrumentos centrais da indústria de investimentos, superando fundos de gestão ativa em muitos casos.


Potencial de crescimento no Brasil

Segundo gestores, três fatores explicam o otimismo em relação ao futuro do setor:

  • Democratização do acesso ao mercado de capitais: com mais brasileiros investindo diretamente em ações, cresce a busca por produtos simples e acessíveis.
  • Avanço da educação financeira: cada vez mais investidores entendem os benefícios da diversificação e das taxas menores.
  • Inovação em produtos: novos ETFs surgem com foco em setores específicos (como energia renovável, tecnologia e agro) ou estratégias globais, permitindo que investidores locais se exponham a mercados internacionais sem abrir conta no exterior.

Combinados, esses fatores podem multiplicar o volume de recursos aplicados no segmento. A projeção de crescimento em até dez vezes não é considerada exagerada, mas um reflexo do atraso histórico do Brasil em relação a outras praças financeiras.


Desafios para a consolidação

Apesar do otimismo, o setor ainda enfrenta obstáculos importantes:

  • Baixa liquidez de alguns fundos, o que dificulta operações rápidas de compra e venda;
  • Concentração em poucos índices, já que a maior parte dos ETFs no Brasil ainda está ligada ao Ibovespa;
  • Desconhecimento por parte de investidores iniciantes, que muitas vezes associam ETFs a produtos complexos, quando na prática podem ser mais simples do que fundos tradicionais.

Gestores afirmam que a chave para superar esses entraves está em educação financeira, incentivo regulatório e maior engajamento das corretoras na oferta dos produtos.


Comparação internacional

Nos Estados Unidos, os ETFs movimentam trilhões de dólares e se tornaram a principal forma de investimento de longo prazo, inclusive para aposentadorias. No Brasil, a realidade ainda é tímida, mas segue o mesmo caminho. A expectativa é que, com mais produtos temáticos e de renda fixa, o investidor local se familiarize rapidamente com o formato.


Conclusão

O setor de ETFs no Brasil está em plena fase de transição. Se hoje ainda ocupa um espaço limitado no mercado, a combinação de educação financeira, maior liquidez e diversificação de produtos pode transformar o segmento em um dos pilares da indústria de investimentos. Para gestores, trata-se apenas de uma questão de tempo até que o país se aproxime dos padrões internacionais, multiplicando por dez a relevância desse mercado.

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