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Haddad admite impacto do tarifaço, mas garante que Brasil tem fôlego para reagir

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu nesta quinta-feira que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros “vai machucar um pouco” a economia nacional, especialmente setores ligados à exportação de manufaturados e insumos da indústria pesada. No entanto, ele ressaltou que o país possui instrumentos para enfrentar o desafio e que a estratégia do governo está voltada para evitar efeitos prolongados sobre o emprego e a competitividade das empresas.

Impacto esperado

Segundo Haddad, a medida dos EUA deve afetar principalmente o setor de alumínio, aço, papel e celulose, além de alguns ramos do agronegócio. Esses segmentos já se movimentam para renegociar contratos e buscar mercados alternativos, em especial na Ásia e no Oriente Médio. A Fazenda avalia que o impacto de curto prazo será perceptível nos custos de produção e nas margens de lucro, mas não a ponto de provocar um colapso generalizado.

Reação do governo

O ministro garantiu que o BNDES e bancos públicos estão prontos para abrir linhas de crédito especiais voltadas às empresas atingidas, com juros reduzidos e prazos alongados. Além disso, o governo deve acelerar negociações comerciais com parceiros estratégicos, como a União Europeia e a China, na tentativa de ampliar a fatia de mercado desses produtos em outras regiões.

Haddad destacou ainda que a desoneração temporária de exportações está em análise, assim como mecanismos de compensação tributária, para reduzir o prejuízo imediato de empresas que dependem fortemente do mercado norte-americano.

Mensagem de confiança

Apesar de admitir o “choque inicial”, Haddad insistiu em um tom de otimismo:

“Vai machucar um pouco, mas o Brasil tem condições de atravessar essa turbulência. Já enfrentamos crises muito mais graves e conseguimos nos reerguer. Temos mercado interno forte, reservas cambiais robustas e parceiros interessados no que produzimos.”

Clima político

O tema ganhou ainda mais relevância porque ocorre em meio a tensões diplomáticas entre Brasília e Washington. Nos bastidores, integrantes do governo avaliam que a medida dos EUA tem também caráter político, mirando a pressão interna do presidente norte-americano sobre sua base eleitoral.

Para Haddad, a melhor saída é manter o equilíbrio, mostrando ao setor produtivo que o governo brasileiro não será passivo, mas também evitando uma escalada de atritos com Washington.

O que vem pela frente

Nos próximos dias, a equipe econômica deve detalhar as medidas de suporte às exportadoras e apresentar um calendário de reuniões com representantes do setor privado. O governo aposta que, com planejamento e diversificação comercial, será possível absorver o golpe sem comprometer a trajetória de crescimento prevista para os próximos trimestres.

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