O “fim” do Bitcoin? Como a escassez influencia o preço da criptomoeda
A discussão sobre se o Bitcoin está “acabando” é recorrente, mas a resposta não é uma fatalidade: trata-se justamente de uma característica essencial da criptomoeda — sua escassez programada — que tem impactos profundos em seu valor.
1. Escassez embutida no código
O Bitcoin foi projetado com um limite máximo de 21 milhões de unidades, definido desde sua criação para evitar inflação exagerada e preservar seu valor ao longo do tempo. Novos bitcoins são criados por mineração, mas essa recompensa é reduzida à metade a cada aproximadamente quatro anos — nos chamados “halvings” — reduzindo continuamente o ritmo de emissão.InvestopediaEY
2. Escassez crescente e valorização
Além do teto total, outra camada de escassez está nas mãos de portadores de longo prazo. Chamado de “ancient supply”, esse grupo representa bitcoins detidos há muitos anos, que têm saída reduzida no mercado. Isso diminui ainda mais a oferta disponível e pode elevar os preços.fidelitydigitalassets.com
3. Grandes players travam ainda mais a oferta
O surgimento das chamadas empresas tesouraria, que acumulam grandes quantias de Bitcoin, tem acelerado a redução da disponibilidade para negociação. A liquidez nas exchanges atingiu níveis mínimos históricos em julho de 2025 — menos de 15% do total circulante — reforçando a escassez e empurrando os preços para cima.FN London
4. Impacto de mercado e previsão de alta
A combinação entre escassez programada, holdings institucionais e volume reduzido de vendas criou um ambiente favorável à valorização. Bitcoin ultrapassou os US$ 124 mil em agosto e analistas, como os da Bernstein, já projetam práximos picos podendo alcançar até US$ 200 mil nos próximos 6 a 12 meses.MarketWatch
5. Isto não significa o fim — mas sim valorização
Chamar a escassez de problema seria um erro de perspectiva. Com oferta limitada e demanda em alta, o Bitcoin se consolida como um ativo escasso — quase como ouro digital. A perspectiva de seu esgotamento não é uma falência, e sim um impulso deflacionário natural à sua estrutura monetária.
Em resumo:
Bitcoin não está terminando — está cumprindo seu propósito de ativo limitado. A escassez programada, combinada ao comportamento de retenção de grandes players, reduz liquidez e promove valorização. É justamente essa limitação que estimula sua adoção como reserva de valor.