Haddad diz que ingerência dos EUA no Brasil está ligada à disputa por terras raras
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a pressão exercida pelos Estados Unidos sobre o Brasil, especialmente no contexto do “tarifaço”, tem raiz no interesse americano pelos chamados minerais críticos — também conhecidos como “terras raras”. Ele destacou que esses recursos, essenciais na transição energética e tecnológica global, são estratégicos demais para não entrarem nas disputas políticas entre os países.
Por que as terras raras são o foco
Haddad lembrou episódios emblemáticos de ingerência internacional, como a proposta de compra da Groenlândia e menções a tentativas de golpe na Bolívia, associadas à disputa pelo lítio, um dos minerais mais cobiçados na produção de baterias. Isso, segundo ele, não passa de narrativas de jornais; o real interesse está na exploração desses recursos valiosos.
A América Latina como território estratégico
O ministro sublinhou que os EUA veem a região como seu “quintal” — uma área de influência prioritária. Nesse sentido, um governo brasileiro considerado “entreguista” poderia facilitar o acesso aos minérios. “Eles precisam que o Brasil seja um parceiro leal, pois sem esses minerais não existe a chamada ‘economia do futuro’”, afirmou Haddad.
Reflexos geopolíticos e econômicos
Esses minerais são fundamentais para fabricar desde carros elétricos e turbinas eólicas até equipamentos aeroespaciais e componentes de computação avançada. Por isso, a disputa por acesso e controle tem consequências diretas nas negociações comerciais — incluindo o aumento de tarifas e pressões sobre o sistema produtivo brasileiro.
Estratégia nacional de valorização
Haddad enfatizou ainda que o país não pode se limitar à exportação de commodities. É preciso pensar estrategicamente e dar valor agregado à exploração das terras raras. Ele citou possibilidade de acordos de cooperação tecnológica com potências globais, sempre com foco na soberania nacional e na construção de uma cadeia produtiva robusta para o futuro.
